Questões de História - Ocupação de novos territórios: Colonialismo para Concurso

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Q2465586 História
Tomando-se por base a comparação entre o comércio negreiro, por um lado, e as fazendas de açúcar e aluguéis urbanos, pelo outro, constata-se que o retorno líquido de uma plantation pode chegar a uma cifra máxima de 12%, girando em média entre 5% e 10%. Os aluguéis urbanos, por sua vez, analisados através de prestações de contas em inventários post-mortem das décadas de 1810-1820, podiam chegar a 10% anuais sobre o capital investido em prédios (descontada a manutenção). Já o tráfico de africanos alcançava, na década de 1810, uma lucratividade média de 19% por expedição. Cabe lembrar que estas diferenças relativas tornam-se mais expressivas quando consideradas em termos absolutos. Assim, enquanto que o retorno de um engenho real com cerca de 60 escravos pode chegar, em bons anos da década de 1800, a dois contos de réis, o de uma única expedição negreira, em 1812, podia alcançar cerca de pouco mais de sete contos de réis. (FRAGOSO, João; MANOLO, Florentino. O arcaísmo como projeto: mercado atlântico, sociedade agrária e elite mercantil no Rio de Janeiro, 1790-1840. Rio de Janeiro: Diadorim, 1993. p. 106)
Um professor de História do ensino fundamental II utiliza o trecho citado para debater o caráter da economia colonial da América portuguesa. Com este material, o professor tem como objetivo
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Q2465576 História
Em julho de 2011, quatro cidadãos quenianos, três homens e uma mulher, ouviram numa sala de audiências do High Court, em Londres, um juiz pronunciar-se a favor da admissibilidade da ação que haviam interposto, dois anos antes, contra o governo do Reino Unido, no sentido de se verem ressarcidos por abusos e torturas alegadamente sofridos às mãos de agentes do poder colonial britânico no Quênia, em meados da década de 1950. Wambugu Wa Nyingy, Paulo Muoka Nzili, Ndiku Mutwiwa Mutua e Jane Muthoni Mara, todos eles octogenários, afirmam ter sido sujeitos a sevícias de vária ordem, incluindo castrações e violações sexuais, todas elas geradoras de traumas que os acompanharam pela vida fora. Entre as muitas vítimas deste gênero de práticas ter-se-á contado também o avô paterno de Barack Obama, que depois de ter servido no exército britânico na Birmânia durante a II Guerra Mundial, foi acusado de ter pertencido ao movimento Mau-Mau. As primeiras audiências do julgamento tiveram início na primeira quinzena de Julho, mas as suas implicações extravasaram já o âmbito estritamente judicial. Para além do precedente que pode resultar daqui para situações análogas (no Chipre e Malásia, nomeadamente), o caso está a obrigar os historiadores, e a opinião pública, a reequacionarem o papel da violência no fim do império, que tudo indica ter sido muito mais relevante do que até aqui geralmente se admitia. Na verdade, seria errado sugerir que os historiadores alguma vez tenham negado que essa dimensão estivesse presente. Mas algumas obras recentes – Histories of the Hanged (2005), do britânico David Anderson, ou Britain’s Gulag (2005), da americana Caroline Elkins, curiosamente ambas publicadas no rescaldo das primeiras revelações sobre a prática de tortura em prisões no Iraque pós-invasão - têm trazido elementos que demonstram como o recurso a métodos de repressão, controle e terror foi tão sistemático no contexto da descolonização britânica como no de outros espaços imperiais europeus. Os dois historiadores, juntamente com Huw Bennett, um especialista na campanha do exército britânico durante a fase militar do conflito do Quênia (1952-1960), foram arrolados como peritos pela firma de advogados que representa os antigos prisioneiros quenianos e foram eles quem começaram a examinar a enorme massa de documentação que este caso ajudou a desclassificar – e que se tornou num processo altamente polêmico por si só. (OLIVEIRA, Pedro Aires. A vingança dos Mau-Maus e os arquivos secretos da descolonização britânica. Extraído de: https://www.publico.pt/2012/09/02/jornal/a-vinganca-dos-maumau-e-os-arquivos-secretos-da-descolonizacao-britanica-25125044
A partir da análise do texto, é correto afirmar que o relato
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Q2432247 História

Não têm nem lei, nem fé nenhuma e vivem de acordo com a natureza. Não conhecem a imortalidade da alma, não têm entre eles bens próprios, porque tudo é comum: não têm limites de reinos e de províncias: não têm rei: não obedecem a ninguém, cada um é senhor de si mesmo, nem amizade, nem agradecimento, o que não lhes são necessários, porque não reina neles cobiça: habitam em comum, em casas feitas à maneira de cabanas muito grandes e comuns e, para gentes que não têm ferro, nem outro metal nenhum, se pode considerar suas cabanas, ou suas casas, maravilhosas [...] e não sabem contar os dias, nem os meses, nem os anos.[...] seus habitantes não estimam coisa alguma, nem ouro, nem prata, ou outras joias, salvo coisas de plumagens, ou de osso.[...] São gente belicosa. E entre eles muito cruéis [...] porque vão tão desnudos como nasceram, nem têm ordem alguma em sua guerra, salvo que fazem o que lhes aconselham seus anciãos, e quando combatem se matam muito cruelmente [...].

VESPUCIO, Américo. El Nuevo Mundo. Cartas relativas a sus viajes y descubrimientos. Estudio preliminar de R. Levillier. Buenos Aires: Editorial Nova, 1951, p.147-53.

As cartas de Américo Vespúcio se revelam como um importante documento histórico que elucida os aspectos do projeto colonizador. A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos sobre a imagem construída a respeito dos povos que habitavam o novo mundo, analise as afirmativas a seguir:

I.O mito do bom selvagem foi a base do pensamento europeu para a compreensão das subjetividades dos povos do novo mundo e justificou a tutela da coroa.

II.A forma como os habitantes do território são retratados - incivilizados - servia de justificativa para o estabelecimento de uma política de dominação religiosa e exploratória.

III.A múltiplas negações atribuídas aos habitantes do novo mundo revelam a mentalidade eurocêntrica que, ao enxergar as ausências, também se coloca como os responsáveis pela ordenação do caos originário em que se encontravam esses indivíduos.

É correto o que se afirma em:

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Q2409722 História

[…] na conjuntura dos anos 1926 a 1961, o Ato Colonial de 1930, no qual Salazar, então ministro das Colônias, teve importante papel ao marcar a política da ditadura militar com a reafirmação oficial da vocação colonizadora do país. Corroborando os princípios básicos estabelecidos desde 1926, o referido ato foi uma espécie de Constituição para os territórios ultramarinos, contendo o Estatuto dos Indígenas, incorporado em 1933, como apêndice da Carta Orgânica do Império Colonial Português. […]

O artigo 2o definia que os territórios ultramarinos pertenciam à essência orgânica da Nação Portuguesa contendo, portanto, a ideia de que era sua missão histórica “possuir e civilizar” as populações “indígenas”. […]

[…] como eram definidos os “indígenas”? Considera-se “indígena” todo indivíduo da raça negra ou que dela descendesse, cujos usos e costumes fossem comuns àquela raça e que não tivesse “evoluído” para a categoria de assimilado.


(Leila Leite Hernandez, A África na sala de aula: visita à História Contemporânea)


No contexto apresentado, para que um sujeito fosse “elevado” à categoria de assimilado, havia a condição, entre outras, desse sujeito

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Q2405146 História

“Porque a principal coisa que me moveu a mandar povoar as ditas terras do Brasil foi para que a gente dela se convertesse à nossa santa fé católica”. Essa recomendação de D. João III, feita no Regimento de Tomé de Souza em 1549, evidencia a dimensão religiosa da expansão ultramarina portuguesa e aponta para o papel relevante desempenhado pelos missionários e índios nesse projeto.


ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Catequese, aldeamentos e missionação. In: FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.). O Brasil colonial: vol. 1 (ca. 1443-ca.1580). 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015, p. 435, com adaptações.


Em relação à catequese, à ação da Igreja e aos indígenas na colonização, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Respostas
1: B
2: E
3: E
4: E
5: D