Questões de Português - Coesão e coerência para Concurso

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Q2474500 Português
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 01

Uma vida “Lagom” 
Luciana Pianaro

Sou administradora por formação e, durante alguns anos, antes de me descobrir empreendedora, trabalhei em uma multinacional sueca fabricante de caminhões e de ônibus: a Volvo. Comecei estagiária, fui temporária e, por fim, contratada, sendo meu único registro na carteira de trabalho em toda a minha trajetória profissional. Aquela companhia foi minha grande escola de gestão. E foi nessa fábrica escandinava que eu entendi o valor de uma cultura, tanto a cultura empresarial, quanto a cultura de um povo.
 Trabalhei com muitos suecos e guardo com carinho boas lembranças e amigos que mantenho até hoje. Inclusive na fábrica, pois atuei muito tempo acompanhando a produção de veículos. Na Volvo, eu aprendi o valor da organização, dos processos, da eficiência, do equilíbrioP Ao contrário de nós, brasileiros, os suecos não trabalhavam além da conta. Ao final do expediente, religiosamente, eles partiam para suas casas, suas famílias, seus hobbies. E isso não é à toa.
A Suécia tem na sua cultura um conceito de vida chamado lagom (muito similar ao hygge, dos dinamarqueses), que significa “o suficiente”; nem muito, nem pouco. É o adequado, moderado, equilibrado. Significa não ostentar, não mostrar superioridade e sucesso pelas posses materiais. É não ser apenas moderno ou apenas clássico. É não comprar por impulso nem acumular sem usar. Seguir o lagom significa trabalhar o necessário e com foco, transformando eficiência em resultado. E ter tempo para cuidar da vida pessoal, do corpo, da mente e da família.
Naquele país escandinavo tão frio, lagom é estado de espírito. E é um dos principais fatores que produzem o bemestar daquele povo, reconhecido como um dos mais felizes do globo. Vivenciar o lagom seria o equivalente a viver o “caminho do meio” de Buda e ter a “vida justa” de Aristóteles
Vale ressaltar que o lagom não se opõe à ambição, à modernidade, à arquitetura arrojada, à boa comida nem aos gostos refinados. Apenas nos aconselha a viver cada momento de forma moderada, para não comprometer os acontecimentos futuros. Lagom representa “o suficiente”, em contraste com o “quanto mais melhor” que está destruindo nossa sociedade ocidental com tantos acúmulos. [...] Viver uma vida simples não se trata de ter uma existência simplória, que se contenta com o menos. Uma vida simples é moderada, justa e feliz. Suficiente e única para cada um.

Disponível em: https://vidasimples.com/. Acesso em: 5 mar. 2024. Adaptado.
Considere a passagem do texto “Ao final do expediente, religiosamente, eles partiam para suas casas, suas famílias, seus hobbies. E isso não é à toa.”
Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a estrutura de composição da referida passagem.
I. O termo “religiosamente” foi usado em sentido figurado, expressando uma circunstância de modo. II. O pronome “eles” foi usado como elemento de coesão, referindo-se a um termo anteriormente expresso. II. O termo “hobbies” foi usado em itálico para assinalar o emprego de um estrangeirismo. V. A expressão “ao final do expediente” foi usada como uma circunstância de tempo e, por estar antecipada, deve ser separada por vírgula. V. As expressões “suas casas”, “suas famílias”, “seus hobbies” constituem um paralelismo sintático, pois foram usadas com a mesma função.
Estão CORRETAS as afirmativas  
Alternativas
Q2474300 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 03 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere.


Texto 03

A idade de ser feliz
Mário Quintana

Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos. Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo novo, de novo e de novo, e quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se presente e tem a duração do instante que passa.

Disponível em: https://poemas.hlera.com.br/mario-quintana/. Acesso em: 16 fev. 2024.




Considere a passagem do texto:


“Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo novo, de novo e de novo, e quantas vezes for preciso."


Tendo em vista a estrutura linguística dessa passagem, analise as afirmativas a seguir.


I. O termo “que”, nos dois usos, funciona como elemento de coesão, uma vez que retoma termos expressos anteriormente.


II. O uso do sinal indicativo de crase no termo “à luta” é obrigatório de acordo com a norma, seguindo a regra geral.


III. A repetição da expressão adverbial “de novo” reforma a ideia que ele quer transmitir.


IV. A presença da expressão “a gente” comprova o uso da linguagem coloquial como recurso de expressão.


V. A palavra “novo” nos três usos tem o objetivo de expressar uma circunstância de modo.


Estão CORRETAS as afirmativas

Alternativas
Q2474295 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere.


Texto 01



Filosofia de padaria e o tempo das coisas


[...] Você já fez um pão? Posso dizer que sou padeiro amador. A panificação me ensinou que pra comer croissant ou panettone, tenho que dedicar 24 horas para produzi-los, e pra comer minha massa de pizza, 48 horas. Mas, no mundo do encurtamento das distâncias, você pode comê-los daqui a 10 minutinhos, sem sujar as mãos.

Ou seja, ao panificar, aprendi que pães são feitos de tempo. E o valor das coisas é medido pela quantidade de tempo que dedicamos a elas. Com toda atenção e paciência de que precisam. É por isso que filhos são preciosos, carreiras longevas são inestimáveis e relações duradouras não têm preço. Porque exigem nossa dedicação constante e duradoura. Porque é preciso regar, nutrir, suster e cuidar [...].


Disponível em: https://vidasimples.co/colunista/. Acesso em: 16 fev. 2024. Adaptado.

Sobre a palavra “que”, nos dois usos do trecho “Ou seja, ao panificar, aprendi que pães são feitos de tempo. E o valor das coisas é medido pela quantidade de tempo que dedicamos a elas.”, é CORRETO afirmar que  
Alternativas
Q2474182 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 04 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.


Texto 04




Disponível em: https://fatimalp.blogspot.com/2012/03/adjetivo-exercicios.html. Acesso em: 5 mar. 2024.

Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a estrutura de composição da fala de Helga no primeiro quadro.

I. A expressão “o qual” poderia ser substituída pelo termo “que” sem alterar o sentido do que Helga quis dizer.
II. Os termos “que” e “qual” foram usados com a mesma função coesiva na fala de Helga, pois retomam substantivos anteriormente expressos.
III. O uso da preposição “com” que antecede a expressão “o qual” é obrigatório, tendo em vista a regência do verbo “casei”.
IV. O uso do verbo “há”, que se refere a tempo passado, poderia ser substituído, com igual correção, pela preposição “a”.
V. O termo “então” foi usado por Eddie, no segundo quadro, para confirmar a conclusão a que ele chegou de que o marido o qual Helga descreve não é Hagar.

Estão CORRETAS as afirmativas
Alternativas
Q2473849 Português
Incontáveis nas ruas

Com 227 mil em cadastro, população sem teto deve ser mais bem apurada e atendida.

        O aumento da população de rua nos últimos anos é fenômeno que tem sido observado e mensurado em metrópoles brasileiras, mas suas dimensões precisas são difíceis de apurar – por motivos óbvios.
        Trata-se, em grande parte dos casos, de pessoas sem rotina definida, que podem estar num bairro hoje e noutro amanhã; muitas analfabetas, sem documentos e em estado precário de saúde física ou mental para responder sobre sua situação. Elas estão fora, ademais, do censo oficial do IBGE, que procura por cidadãos domiciliados.
      São importantes, nesse contexto, os dados reunidos pelo pesquisador Marco Antônio Carvalho Natalino, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea, ligado à administração federal). Com base em informações no cadastro governamental de famílias de baixa renda, o trabalho encontrou 227,1 mil moradores de rua no país neste ano.
       O número está possivelmente subestimado, já que nem todas as pessoas em tal situação estão nos registros. A quantidade sobe ano a ano, o que em alguma medida pode ser explicado pela ampliação do cadastro, sobretudo quando se consideram prazos mais longos. Mas há evidências do aumento e causas plausíveis a considerar.
      Na cidade de São Paulo, por exemplo, um censo encomendado pela prefeitura constatou que a população de rua teve um salto de 31% durante a pandemia de Covid-19, crescendo de 24,3 mil em 2019 para 31,9 mil em 2021.
      A crise sanitária gerou um dos momentos econômicos dramáticos dos últimos anos. Antes dela, a profunda recessão de 2014-16 elevou o desemprego e a pobreza. A recuperação posterior ainda se mostra incipiente e acidentada.
        Falta de oportunidades no mercado de trabalho é, como se pode intuir, um dos principais motivos que levam indivíduos a morar nas ruas – apontado por 40,5%, em declarações ao cadastro oficial.
       A causa mais citada, no entanto, são problemas familiares, com 47,3%, enquanto o consumo de álcool e outras drogas é mencionado por 30,4% (os cadastrados podem citar mais de um fator).
       Está-se diante de um fenômeno multifatorial, que vai além da questão econômica e demanda ações de diferentes esferas de governo.
         A contagem e a identificação mais completa dos moradores ainda desafiam a política pública. É preciso viabilizar que tais pessoas tenham acesso aos benefícios sociais do Estado, sobretudo o Bolsa Família. No âmbito local, há que buscar desde alternativas habitacionais a segurança e cuidados com dependentes químicos.
    Não existe, infelizmente, solução rápida, muito menos fácil. O melhor começo, de todo modo, é um diagnóstico mais preciso.

(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/. Acesso em: 20/01/2024.)
De acordo com Koch e Travaglia, “por coesão se entende a ligação, a relação, os nexos que se estabelecem entre os elementos que constituem a superfície textual. [...] a coesão é explicitamente revelada através de marcas linguísticas, índices formais na estrutura da sequência linguística e superficial do texto, o que lhe dá um caráter linear, uma vez que se manifesta na organização sequencial do texto”. A partir dessa consideração, há dois tipos principais de coesão: referencial e sequencial. Assinale a afirmativa em que o elemento linguístico sublinhado foi usado como elemento coesivo sequencial.
Alternativas
Respostas
16: E
17: A
18: D
19: C
20: D