Questões de Concurso Público CESMAC 2016 para Processo Seletivo Tradicional-2017.1- AGRESTE
Foram encontradas 7 questões
Ano: 2016
Banca:
Cepros
Órgão:
CESMAC
Prova:
Cepros - 2016 - CESMAC - Processo Seletivo Tradicional-2017.1- AGRESTE |
Q1332706
Português
Texto associado
TEXTO 1
Capitães de areia: até quando?
Com publicação datada de 1937, a obra Capitães de Areia,
de Jorge Amado, repercutiu de forma polêmica, a ponto de
ser censurada pelo Estado Novo varguista, sob a acusação
de propaganda comunista. Embora o comunismo fosse
citado de forma lateral ao longo do texto, o enredo consiste
numa crítica social relacionada a um problema latente de
sua época: transgressões perpetradas por crianças de rua.
[...]
Passados quase oitenta anos, as causas profundas
elencadas pelo autor para descrever tal realidade não nos
soam remotas. Pelo contrário, dispomos de uma tenebrosa
familiaridade com elas. Embora essa não seja a mensagem
principal do livro, é inegável que a exclusão social se
converte em violência, e esta se torna potencialmente
capaz de atingir não só o excluído, mas os outros
indivíduos que cruzam seu caminho, visto que a reação do
oprimido pode vir na forma de opressão.
No Brasil hodierno, toda vez que chega o verão a história
se repete. Como uma espécie de quadro paradigmático das
consequências da exclusão endêmica, o distúrbio e o medo
causados pelos arrastões nas praias da zona sul carioca e
pelos assaltos nas ruas das regiões mais nobres, ganham
protagonismo nas manchetes dos jornais e nas redes
sociais.
Excetuando uma minoria que consegue ter uma visão
holística do problema, as propostas de soluções
apresentadas para acabarmos com os “capitães de areia”
contemporâneos, são sempre simplistas e nunca tocam na
estrutura do problema. Não se vê, por exemplo, um
empenho decisivo para cobrar projetos de inclusão que
devolvam, a longo prazo, a cidadania às gerações
vindouras.
(Leandro Galvão. Capitães de areia: até quando? Disponível em
www.diplomatique.org.br./artigo.php?id=18118. Acessado em
22/09/2016. Adaptado.)
O Texto 1 tem sua importância social, pois:
Ano: 2016
Banca:
Cepros
Órgão:
CESMAC
Prova:
Cepros - 2016 - CESMAC - Processo Seletivo Tradicional-2017.1- AGRESTE |
Q1332707
Português
Texto associado
TEXTO 1
Capitães de areia: até quando?
Com publicação datada de 1937, a obra Capitães de Areia,
de Jorge Amado, repercutiu de forma polêmica, a ponto de
ser censurada pelo Estado Novo varguista, sob a acusação
de propaganda comunista. Embora o comunismo fosse
citado de forma lateral ao longo do texto, o enredo consiste
numa crítica social relacionada a um problema latente de
sua época: transgressões perpetradas por crianças de rua.
[...]
Passados quase oitenta anos, as causas profundas
elencadas pelo autor para descrever tal realidade não nos
soam remotas. Pelo contrário, dispomos de uma tenebrosa
familiaridade com elas. Embora essa não seja a mensagem
principal do livro, é inegável que a exclusão social se
converte em violência, e esta se torna potencialmente
capaz de atingir não só o excluído, mas os outros
indivíduos que cruzam seu caminho, visto que a reação do
oprimido pode vir na forma de opressão.
No Brasil hodierno, toda vez que chega o verão a história
se repete. Como uma espécie de quadro paradigmático das
consequências da exclusão endêmica, o distúrbio e o medo
causados pelos arrastões nas praias da zona sul carioca e
pelos assaltos nas ruas das regiões mais nobres, ganham
protagonismo nas manchetes dos jornais e nas redes
sociais.
Excetuando uma minoria que consegue ter uma visão
holística do problema, as propostas de soluções
apresentadas para acabarmos com os “capitães de areia”
contemporâneos, são sempre simplistas e nunca tocam na
estrutura do problema. Não se vê, por exemplo, um
empenho decisivo para cobrar projetos de inclusão que
devolvam, a longo prazo, a cidadania às gerações
vindouras.
(Leandro Galvão. Capitães de areia: até quando? Disponível em
www.diplomatique.org.br./artigo.php?id=18118. Acessado em
22/09/2016. Adaptado.)
Como ‘proposta de solução’ para o problema
levantado, o autor propõe:
Ano: 2016
Banca:
Cepros
Órgão:
CESMAC
Prova:
Cepros - 2016 - CESMAC - Processo Seletivo Tradicional-2017.1- AGRESTE |
Q1332708
Português
Texto associado
TEXTO 1
Capitães de areia: até quando?
Com publicação datada de 1937, a obra Capitães de Areia,
de Jorge Amado, repercutiu de forma polêmica, a ponto de
ser censurada pelo Estado Novo varguista, sob a acusação
de propaganda comunista. Embora o comunismo fosse
citado de forma lateral ao longo do texto, o enredo consiste
numa crítica social relacionada a um problema latente de
sua época: transgressões perpetradas por crianças de rua.
[...]
Passados quase oitenta anos, as causas profundas
elencadas pelo autor para descrever tal realidade não nos
soam remotas. Pelo contrário, dispomos de uma tenebrosa
familiaridade com elas. Embora essa não seja a mensagem
principal do livro, é inegável que a exclusão social se
converte em violência, e esta se torna potencialmente
capaz de atingir não só o excluído, mas os outros
indivíduos que cruzam seu caminho, visto que a reação do
oprimido pode vir na forma de opressão.
No Brasil hodierno, toda vez que chega o verão a história
se repete. Como uma espécie de quadro paradigmático das
consequências da exclusão endêmica, o distúrbio e o medo
causados pelos arrastões nas praias da zona sul carioca e
pelos assaltos nas ruas das regiões mais nobres, ganham
protagonismo nas manchetes dos jornais e nas redes
sociais.
Excetuando uma minoria que consegue ter uma visão
holística do problema, as propostas de soluções
apresentadas para acabarmos com os “capitães de areia”
contemporâneos, são sempre simplistas e nunca tocam na
estrutura do problema. Não se vê, por exemplo, um
empenho decisivo para cobrar projetos de inclusão que
devolvam, a longo prazo, a cidadania às gerações
vindouras.
(Leandro Galvão. Capitães de areia: até quando? Disponível em
www.diplomatique.org.br./artigo.php?id=18118. Acessado em
22/09/2016. Adaptado.)
A afirmação do autor de que a “exclusão social se
converte em violência” assume, no Texto1, grande
relevância, porque:
Ano: 2016
Banca:
Cepros
Órgão:
CESMAC
Prova:
Cepros - 2016 - CESMAC - Processo Seletivo Tradicional-2017.1- AGRESTE |
Q1332709
Português
Texto associado
TEXTO 1
Capitães de areia: até quando?
Com publicação datada de 1937, a obra Capitães de Areia,
de Jorge Amado, repercutiu de forma polêmica, a ponto de
ser censurada pelo Estado Novo varguista, sob a acusação
de propaganda comunista. Embora o comunismo fosse
citado de forma lateral ao longo do texto, o enredo consiste
numa crítica social relacionada a um problema latente de
sua época: transgressões perpetradas por crianças de rua.
[...]
Passados quase oitenta anos, as causas profundas
elencadas pelo autor para descrever tal realidade não nos
soam remotas. Pelo contrário, dispomos de uma tenebrosa
familiaridade com elas. Embora essa não seja a mensagem
principal do livro, é inegável que a exclusão social se
converte em violência, e esta se torna potencialmente
capaz de atingir não só o excluído, mas os outros
indivíduos que cruzam seu caminho, visto que a reação do
oprimido pode vir na forma de opressão.
No Brasil hodierno, toda vez que chega o verão a história
se repete. Como uma espécie de quadro paradigmático das
consequências da exclusão endêmica, o distúrbio e o medo
causados pelos arrastões nas praias da zona sul carioca e
pelos assaltos nas ruas das regiões mais nobres, ganham
protagonismo nas manchetes dos jornais e nas redes
sociais.
Excetuando uma minoria que consegue ter uma visão
holística do problema, as propostas de soluções
apresentadas para acabarmos com os “capitães de areia”
contemporâneos, são sempre simplistas e nunca tocam na
estrutura do problema. Não se vê, por exemplo, um
empenho decisivo para cobrar projetos de inclusão que
devolvam, a longo prazo, a cidadania às gerações
vindouras.
(Leandro Galvão. Capitães de areia: até quando? Disponível em
www.diplomatique.org.br./artigo.php?id=18118. Acessado em
22/09/2016. Adaptado.)
Uma análise do vocabulário em uso no Texto 1 nos
leva às seguintes conclusões.
1) Em: “Excetuando uma minoria que consegue ter uma visão holística do problema”, a expressão sublinhada significa ‘visão global’.
2) “transgressões perpetradas por crianças de rua” são transgressões ‘costumeiras’, ‘frequentes’.
3) “o distúrbio e o medo (...) ganham protagonismo nas manchetes dos jornais”, quer dizer, ganham saliência...
4) Em: “Embora o comunismo fosse citado de forma lateral ao longo do texto”, o segmento grifado tem o mesmo sentido de ‘à parte’ ou ‘marginalmente’.
5) Em: “exclusão endêmica”, o sentido da palavra sublinhada equivale a ‘eventual’.
Estão corretos os comentários apenas em:
1) Em: “Excetuando uma minoria que consegue ter uma visão holística do problema”, a expressão sublinhada significa ‘visão global’.
2) “transgressões perpetradas por crianças de rua” são transgressões ‘costumeiras’, ‘frequentes’.
3) “o distúrbio e o medo (...) ganham protagonismo nas manchetes dos jornais”, quer dizer, ganham saliência...
4) Em: “Embora o comunismo fosse citado de forma lateral ao longo do texto”, o segmento grifado tem o mesmo sentido de ‘à parte’ ou ‘marginalmente’.
5) Em: “exclusão endêmica”, o sentido da palavra sublinhada equivale a ‘eventual’.
Estão corretos os comentários apenas em:
Ano: 2016
Banca:
Cepros
Órgão:
CESMAC
Prova:
Cepros - 2016 - CESMAC - Processo Seletivo Tradicional-2017.1- AGRESTE |
Q1332711
Português
Texto associado
TEXTO 2
Ela obrigava o sujeito do conhecimento a ter determinadas atitudes. Por exemplo, ver mais do que ler, verificar mais do que comentar. Essas características da nova ciência de então se devem basicamente ao fato de que, na Idade Média, a atitude era exatamente a oposta: liam-se os clássicos e a Bíblia (ler e comentar), mas os fatos do mundo, num certo sentido, não eram vistos (até porque, para certos casos, exigem-se aparelhos que não existiam). A forma nova deu origem à ciência moderna (que ainda exige, embora de forma completamente diferente, que se observem os fatos).
Pois bem, eu me pergunto se, em relação aos fatos da linguagem e da língua, ainda não somos, muitos de nós, medievais: quando aparece um fato novo, vamos aos livros para ver se eles os registram. Se não, o fato passa a ser considerado um erro. Não nos ocorre que os livros podem ser imperfeitos ou feitos com determinados objetivos, que impedem o registro de certos fatos.
Michel Foucault, um filósofo francês, quando comenta,
numa de suas obras, as restrições que as formas de fazer
ciência impõem a uma pretensa liberdade dos cientistas, diz
que, nos séculos XVI e XVII, na Inglaterra, surgiu uma nova
forma de vontade de verdade.
Ela obrigava o sujeito do conhecimento a ter determinadas atitudes. Por exemplo, ver mais do que ler, verificar mais do que comentar. Essas características da nova ciência de então se devem basicamente ao fato de que, na Idade Média, a atitude era exatamente a oposta: liam-se os clássicos e a Bíblia (ler e comentar), mas os fatos do mundo, num certo sentido, não eram vistos (até porque, para certos casos, exigem-se aparelhos que não existiam). A forma nova deu origem à ciência moderna (que ainda exige, embora de forma completamente diferente, que se observem os fatos).
Pois bem, eu me pergunto se, em relação aos fatos da linguagem e da língua, ainda não somos, muitos de nós, medievais: quando aparece um fato novo, vamos aos livros para ver se eles os registram. Se não, o fato passa a ser considerado um erro. Não nos ocorre que os livros podem ser imperfeitos ou feitos com determinados objetivos, que impedem o registro de certos fatos.
(Sírio Possenti. A cor da língua e outras croniquinhas de
Linguística. Campinas (SP): Mercado de Letras, 2001, p. 61).
O segmento que poderia ser visto como uma espécie
de síntese do conteúdo global do Texto 2 é: