Questões de Concurso Público MPE-SC 2023 para Promotor de Justiça Substituto (fase vespertina)
Foram encontradas 3 questões
Ano: 2023
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
MPE-SC
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2023 - MPE-SC - Promotor de Justiça Substituto (fase vespertina) |
Q2111634
Português
Texto associado
Texto 2A1-I
O ordenamento jurídico vem sendo confrontado com as
inovações tecnológicas decorrentes da aplicação da inteligência
artificial (IA) nos sistemas computacionais. Não apenas se
vivencia uma ampliação do uso de sistemas lastreados em IA no
cotidiano, como também se observa a existência de robôs com
sistemas computacionais cada vez mais potentes, nos quais os
algoritmos passam a decidir autonomamente, superando a
programação original. Nesse contexto, um dos grandes desafios
ético-jurídicos do uso massivo de sistemas de inteligência
artificial é a questão da responsabilidade civil advinda de danos
decorrentes de robôs inteligentes, uma vez que os sistemas
delituais tradicionais são baseados na culpa e essa centralidade da
culpa na responsabilidade civil se encontra desafiada pela
realidade de sistemas de inteligência artificial.
Perante a autonomia algorítmica na qual os sistemas de IA
passam a decidir de forma diversa da programada, há uma
dificuldade de diferenciar quais danos decorreram de erro
humano e aqueles que derivaram de uma escolha equivocada
realizada pelo próprio sistema ao agir de forma autônoma. O
comportamento emergente da máquina, em função do processo
de aprendizado profundo, sem receber qualquer controle da parte
de um agente humano, torna difícil indicar quem seria o
responsável pelo dano, uma vez que o processo decisório
decorreu de um aprendizado automático que culminou com
escolhas equivocadas realizadas pelo próprio sistema. Há
evidentes situações em que se pode vislumbrar a existência de
culpa do operador do sistema, como naquelas em que não foram
realizadas atualizações de software ou, até mesmo, de quebra de
deveres objetivos de cuidado, como falhas que permitem que
hackers interfiram no sistema. Entretanto, excluídas essas
situações, estará ausente o juízo de censura necessário para a
responsabilização com base na culpa.
B. L. da Anunciação Melo e H. Ribeiro Cardoso. Sistemas de inteligência
artificial e responsabilidade civil: uma análise da proposta europeia acerca
da atribuição de personalidade civil. In: Revista Brasileira de Direitos
Fundamentais & Justiça, 16(1), 2020, p. 93-4 (com adaptações).
Considerando as regras gramaticais e ortográficas da língua
portuguesa, julgue o item que se segue, relativamente ao texto
2A1-I.
No trecho “de software ou, até mesmo, de quebra” (penúltimo período do segundo parágrafo), a eliminação da primeira vírgula prejudicaria a correção do texto.
No trecho “de software ou, até mesmo, de quebra” (penúltimo período do segundo parágrafo), a eliminação da primeira vírgula prejudicaria a correção do texto.
Ano: 2023
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
MPE-SC
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2023 - MPE-SC - Promotor de Justiça Substituto (fase vespertina) |
Q2111637
Português
Texto associado
Texto 2A1-I
O ordenamento jurídico vem sendo confrontado com as
inovações tecnológicas decorrentes da aplicação da inteligência
artificial (IA) nos sistemas computacionais. Não apenas se
vivencia uma ampliação do uso de sistemas lastreados em IA no
cotidiano, como também se observa a existência de robôs com
sistemas computacionais cada vez mais potentes, nos quais os
algoritmos passam a decidir autonomamente, superando a
programação original. Nesse contexto, um dos grandes desafios
ético-jurídicos do uso massivo de sistemas de inteligência
artificial é a questão da responsabilidade civil advinda de danos
decorrentes de robôs inteligentes, uma vez que os sistemas
delituais tradicionais são baseados na culpa e essa centralidade da
culpa na responsabilidade civil se encontra desafiada pela
realidade de sistemas de inteligência artificial.
Perante a autonomia algorítmica na qual os sistemas de IA
passam a decidir de forma diversa da programada, há uma
dificuldade de diferenciar quais danos decorreram de erro
humano e aqueles que derivaram de uma escolha equivocada
realizada pelo próprio sistema ao agir de forma autônoma. O
comportamento emergente da máquina, em função do processo
de aprendizado profundo, sem receber qualquer controle da parte
de um agente humano, torna difícil indicar quem seria o
responsável pelo dano, uma vez que o processo decisório
decorreu de um aprendizado automático que culminou com
escolhas equivocadas realizadas pelo próprio sistema. Há
evidentes situações em que se pode vislumbrar a existência de
culpa do operador do sistema, como naquelas em que não foram
realizadas atualizações de software ou, até mesmo, de quebra de
deveres objetivos de cuidado, como falhas que permitem que
hackers interfiram no sistema. Entretanto, excluídas essas
situações, estará ausente o juízo de censura necessário para a
responsabilização com base na culpa.
B. L. da Anunciação Melo e H. Ribeiro Cardoso. Sistemas de inteligência
artificial e responsabilidade civil: uma análise da proposta europeia acerca
da atribuição de personalidade civil. In: Revista Brasileira de Direitos
Fundamentais & Justiça, 16(1), 2020, p. 93-4 (com adaptações).
Considerando as regras gramaticais e ortográficas da língua portuguesa, julgue o item que se segue, relativamente ao texto 2A1-I.
No início do último período do primeiro parágrafo, a inserção de uma vírgula logo após a expressão “inteligência artificial” manteria a correção gramatical do texto.
No início do último período do primeiro parágrafo, a inserção de uma vírgula logo após a expressão “inteligência artificial” manteria a correção gramatical do texto.
Ano: 2023
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
MPE-SC
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2023 - MPE-SC - Promotor de Justiça Substituto (fase vespertina) |
Q2111663
Português
Texto associado
Texto 2A2-I
O justo se desvela no decorrer das lutas de libertação na
história. O justo é um saber que se vai constituindo à medida que
nossa consciência da história se aguça. Mas não basta a
consciência da história, pois procurar a justiça é uma atitude
ética — é uma escolha. Não podemos cair em uma visão
automática da história, na qual nossa simples posição em dado
estrato social nos leva necessariamente a pensar de certa forma, a
valorizar em certa medida. Se aceitássemos essa visão, bastaria
ficarmos quietos esperando que a história se fizesse de acordo
com seus mecanismos. Mas o real é outro. A justiça está se
fazendo pela organização popular, pelo aguçamento dos
conflitos. E cada um de nós vislumbra o norte da justiça, por via
da busca de uma visão coerente da história, aliada a uma prática e
a uma análise rigorosa das circunstâncias presentemente vividas.
A busca da justiça como virtude não é equidistante, não é
neutra, não é equilibrada. Ela nos força, a cada momento, a tomar
partido, a ser parcial, tendo a parcela maior dos seres humanos
como fundamento. Ser justo é viver a virtude de tomar partido
em busca do melhor, fundado na visão mais lúcida possível da
história e na análise das circunstâncias maiores e menores que
isso envolve. A justiça é uma virtude agente que se explicita na
prática social comprometida.
Roberto Aguiar. O que é justiça: uma abordagem dialética. Brasília:
Senado Federal. Conselho Editorial, 2020, p. 319-20 (com adaptações).
Em relação a aspectos linguísticos do texto 2A2-I, julgue o item a seguir.
A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “visão” (quinto período do primeiro parágrafo) acarretaria erro gramatical.
A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “visão” (quinto período do primeiro parágrafo) acarretaria erro gramatical.