Questões de Concurso Público Prefeitura de Joinville - SC 2024 para Professor de Língua Portuguesa

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Q2366235 Português
Texto CB1A1


         O conceito de metaverso não é algo novo. Existem videogames online que oferecem ambientes virtuais nos quais já se consegue, além de jogar, interagir com outros usuários, socializar, assistir a shows, ir a exposições, entre outros. Os usuários são representados por avatares, que podem ter características físicas semelhantes às suas na vida real ou podem representar algum personagem fictício, como um monstro ou uma fada, por exemplo.

         Apesar de essas plataformas existirem há algum tempo, elas ainda não são tão acessíveis e intuitivas para abranger públicos de todas as idades e classes sociais, mas estão sendo aperfeiçoadas com muita agilidade. Em um futuro muito próximo, o metaverso será acessível às pessoas, assim como o celular.


Helena Poças Leitão.
Internet:<revistaeducacao.com.br>  (com adaptações). 
Em relação a aspectos linguísticos do texto CB1A1, julgue os seguintes itens.

I A inserção do acento indicativo de crase no trecho “ir a exposições” (segundo período do primeiro parágrafo) manteria a correção gramatical do texto, uma vez que seu emprego, nesse caso, é facultativo.

II A forma pronominal “nos quais” (segundo período do primeiro parágrafo) poderia ser substituída por onde sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto.

III As palavras “usuários” e “fictício” são acentuadas graficamente de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.

Assinale a opção correta.
Alternativas
Q2367227 Português
Texto 10A2-I


     Eu vi Olívia. Ela estava na última mesa, depois de algumas outras mesas ocupadas, sozinha, escrevendo. Em volta, um silêncio que as mesas barulhentas, os carros que passavam, as pessoas que corriam não podiam interromper. Ela escrevia sem fazer a menor ideia de que aquele era o meu lugar. Era onde eu me sentia melhor, era meu por obrigação de me sentir melhor. Onde eu me esquecia menos. Lembrar se tornou prioridade absoluta. Pensei: vou pedir que ela me devolva, ou que me ceda, para não ser agressiva, o lugar onde me sinto melhor. Tenho uma recomendação expressa de meu médico de me sentir melhor sempre que possível. E seria possível se ela saísse de lá e me deixasse sentar e folhear os livros do sebo, que tão bem me fazem quando me lembram de que sempre haverá outra realidade para onde me retirar. Pensei em ir até ela e pedir gentilmente que saísse, mas vi que se entregava consumida a uma escrita sem pausas.

       Eu vi Olívia. Meu Deus, como eu vi Olívia! Cabelo ruivo, olhos verdes, linda, linda, desconcertantemente linda e atenta a alguma coisa que borbulhava dentro dela. Talvez linda porque imersa em borbulhas. Não, definitivamente não apenas. Linda pelos olhos verdes, o cabelo ruivo e os dentes sem sombras. Linda pela larga atmosfera triste que emoldurava seus gestos. Vestia verde-oliva. Olívia e oliva combinavam. Ela sabia. Respirava como quem sabia. Ocorreu-me que ela seria capaz de coisas improváveis se eu interrompesse a frase que escrevia obstinada, fazendo com suas ideias o que alfinetes fazem com balões. Acho. Foi bom não ter certeza. Só avancei porque minhas certezas se evaporaram; eu não as tenho desde que envelheci. Continuei indo em sua direção, no meu passo de velha senhora. Eu já estava quase chegando, quase atravessando o silêncio de Olívia, quando ela parou e chorou. Fez com que eu parasse também, não podia pedir a alguém chorando que saísse de onde estava para que eu me sentisse melhor. Ela enxugou com o punho as lágrimas, que voltavam a escorrer desobedientes. Punhos oliva secando lágrimas transparentes, tudo enchia meus olhos ávidos de literatura. Ela relia o que havia escrito, chorava, e eu suspeitava que, por um segundo, um miserável segundo, também ria. Olívia chorava e ria. E eu fiquei ali, na fronteira entre o barulho e o silêncio, vendo aquela menina, seguramente uma menina se comparada a mim, suspender meu próprio caos como se fosse mágica.


Carla Madeira. A natureza da mordida. 1.a ed. Rio de Janeiro: Record, 2022 (com adaptações).
O uso da próclise no trecho “sempre haverá outra realidade para onde me retirar” (penúltimo período do primeiro parágrafo do texto 10A2-I) é justificado pela seguinte regra: usa-se a próclise quando o pronome oblíquo é precedido por
Alternativas
Respostas
1: D
2: B