Questões de Concurso Público Prefeitura de Joinville - SC 2024 para Professor de Língua Portuguesa
Foram encontradas 5 questões
Ano: 2024
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
Prefeitura de Joinville - SC
Provas:
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor Bilíngue - Letras/Libras
|
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Arte |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Ciências |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Ciências da Religião |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Educação Física |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Educação Infantil |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Geografia |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de História |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Língua Inglesa |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Língua Portuguesa |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Língua Portuguesa com Habilitação em Espanhol |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Matemática |
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Séries Iniciais |
Q2366231
Português
Texto associado
Texto CB1A1
O conceito de metaverso não é algo novo. Existem
videogames online que oferecem ambientes virtuais nos quais já
se consegue, além de jogar, interagir com outros usuários,
socializar, assistir a shows, ir a exposições, entre outros. Os
usuários são representados por avatares, que podem ter
características físicas semelhantes às suas na vida real ou podem
representar algum personagem fictício, como um monstro ou
uma fada, por exemplo.
Apesar de essas plataformas existirem há algum tempo,
elas ainda não são tão acessíveis e intuitivas para abranger
públicos de todas as idades e classes sociais, mas estão sendo
aperfeiçoadas com muita agilidade. Em um futuro muito
próximo, o metaverso será acessível às pessoas, assim como o
celular.
Helena Poças Leitão.
Internet:<revistaeducacao.com.br> (com adaptações).
De acordo com as ideias do texto CB1A1,
Ano: 2024
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
Prefeitura de Joinville - SC
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Língua Portuguesa |
Q2367216
Português
Texto associado
Texto 10A1
Acho que foi em 1995 que o então presidente de Portugal
me deu uma condecoração que muito me orgulha: a da Ordem do
Infante Dom Henrique. No momento em que lhe agradeci a
honraria, Mário Soares me convidou a ir a Portugal. Respondi
que, não gostando de viajar, nunca saíra do Brasil, mas, que, se,
um dia, isso viesse a acontecer, minha preferência seria por
Portugal, por ser, entre os países da Europa, “o único onde o
povo tem o bom senso de falar português”.
Pode-se imaginar, então, como fico preocupado ao ver a
língua portuguesa desfigurada, como está acontecendo. Sei
perfeitamente que um idioma é uma coisa viva e pulsante. Não
queremos isolar o português, que, como acontece com qualquer
outra língua, se enriquece com as palavras e expressões das
outras. Todavia, elas devem ser adaptadas à forma e ao espírito
do idioma que as acolhe. Somente assim é que deixam de ser
mostrengos que nos desfiguram e se transformam em
incorporações que nos enriquecem.
Cito um caso, para exemplificar: no país onde se joga o
melhor futebol do mundo, traduziram, e bem, a palavra inglesa
goal por gol, mas estão escrevendo seu plural de maneira errada,
gols (e não gois, como é exigido, ao mesmo tempo, pelo bom
gosto, pelo espírito e pela forma da nossa língua). E isso em um
setor em que, para substituir os vocábulos estrangeiros, foram
adotadas palavras tão boas quanto zaga, escanteio e
impedimento, entre outras.
Ariano Suassuna. Folha de S. Paulo, 5/4/2000 (com adaptações).
No texto 10A1, a exemplificação do que o autor denomina de
“língua portuguesa desfigurada” (primeiro período do segundo
parágrafo) refere-se
Ano: 2024
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
Prefeitura de Joinville - SC
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Língua Portuguesa |
Q2367223
Português
Texto associado
Texto 10A2-I
Eu vi Olívia. Ela estava na última mesa, depois de
algumas outras mesas ocupadas, sozinha, escrevendo. Em volta,
um silêncio que as mesas barulhentas, os carros que passavam, as
pessoas que corriam não podiam interromper. Ela escrevia sem
fazer a menor ideia de que aquele era o meu lugar. Era onde eu
me sentia melhor, era meu por obrigação de me sentir melhor.
Onde eu me esquecia menos. Lembrar se tornou prioridade
absoluta. Pensei: vou pedir que ela me devolva, ou que me ceda,
para não ser agressiva, o lugar onde me sinto melhor. Tenho uma
recomendação expressa de meu médico de me sentir melhor
sempre que possível. E seria possível se ela saísse de lá e me
deixasse sentar e folhear os livros do sebo, que tão bem me
fazem quando me lembram de que sempre haverá outra realidade
para onde me retirar. Pensei em ir até ela e pedir gentilmente que
saísse, mas vi que se entregava consumida a uma escrita sem
pausas.
Eu vi Olívia. Meu Deus, como eu vi Olívia! Cabelo ruivo,
olhos verdes, linda, linda, desconcertantemente linda e atenta a
alguma coisa que borbulhava dentro dela. Talvez linda porque
imersa em borbulhas. Não, definitivamente não apenas. Linda
pelos olhos verdes, o cabelo ruivo e os dentes sem sombras.
Linda pela larga atmosfera triste que emoldurava seus gestos.
Vestia verde-oliva. Olívia e oliva combinavam. Ela sabia.
Respirava como quem sabia. Ocorreu-me que ela seria capaz de
coisas improváveis se eu interrompesse a frase que escrevia
obstinada, fazendo com suas ideias o que alfinetes fazem com
balões. Acho. Foi bom não ter certeza. Só avancei porque minhas
certezas se evaporaram; eu não as tenho desde que envelheci.
Continuei indo em sua direção, no meu passo de velha senhora.
Eu já estava quase chegando, quase atravessando o silêncio de
Olívia, quando ela parou e chorou. Fez com que eu parasse
também, não podia pedir a alguém chorando que saísse de onde
estava para que eu me sentisse melhor. Ela enxugou com o punho
as lágrimas, que voltavam a escorrer desobedientes. Punhos oliva
secando lágrimas transparentes, tudo enchia meus olhos ávidos
de literatura. Ela relia o que havia escrito, chorava, e eu
suspeitava que, por um segundo, um miserável segundo, também
ria. Olívia chorava e ria. E eu fiquei ali, na fronteira entre o
barulho e o silêncio, vendo aquela menina, seguramente uma
menina se comparada a mim, suspender meu próprio caos como
se fosse mágica.
Carla Madeira. A natureza da mordida. 1.a
ed. Rio de Janeiro: Record, 2022 (com adaptações).
O texto 10A2-I é predominantemente narrativo, pois
Ano: 2024
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
Prefeitura de Joinville - SC
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Língua Portuguesa |
Q2367230
Português
Texto associado
Texto 10A3-I
Na escola, sem Bibiana ao meu lado para me ajudar,
minha vida se tornou um tormento. Desde o início, minha mãe
avisou à dona Lourdes, a nova professora, da minha mudez. Ela
foi cuidadosa, no começo, e bastante generosa para me ensinar as
tarefas. Àquela altura eu já sabia ler, graças muito mais aos
esforços de minha irmã mais velha e minha mãe do que da
professora sem paciência que dava aula na casa de dona Firmina.
Para mim era o suficiente. Diferente de Bibiana, que falava em
ser professora, eu gostava mesmo era da roça, da cozinha, de
fazer azeite e de despolpar o buriti. Não me atraía a matemática,
muito menos as letras de dona Lourdes. Não me interessava por
suas aulas em que contava a história do Brasil, em que falava da
mistura entre índios, negros e brancos, de como éramos felizes,
de como nosso país era abençoado. Não aprendi uma linha do
hino nacional, não me serviria, porque eu mesma não posso
cantar. Muitas crianças também não aprenderam, pude perceber,
estavam com a cabeça na comida ou na diversão que estavam
perdendo na beira do rio, para ouvir aquelas histórias fantasiosas
e enfadonhas sobre os heróis bandeirantes, depois os militares, as
heranças dos portugueses e outros assuntos que não nos diziam
muita coisa.
Meu desinteresse só fazia crescer. Tinha a sensação de
que perdia meu tempo naquela sala quente, ouvindo aquela
senhora de mãos finas e sem calos, com um perfume forte que
parecia incensar a escola nos dias de calor. Olhava para o quadro
verde, as letras embaralhadas, bonitas, mas que formavam
palavras e frases difíceis que não entravam em minha cabeça, e
pensava em meu pai na várzea encontrando coisa nova na terra
para a qual se dedicar, ou minha mãe cuidando do quintal, dos
bichos, costurando.
Itamar Vieira Jr. Torto arado. São Paulo:
Todavia, 2019, p. 97-8 (com adaptações).
Entende-se do texto 10A3-I que o desinteresse da narradora pelos
estudos deveu-se, sobretudo,
Ano: 2024
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
Prefeitura de Joinville - SC
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Joinville - SC - Professor de Língua Portuguesa |
Q2367231
Português
Texto associado
Texto 10A3-I
Na escola, sem Bibiana ao meu lado para me ajudar,
minha vida se tornou um tormento. Desde o início, minha mãe
avisou à dona Lourdes, a nova professora, da minha mudez. Ela
foi cuidadosa, no começo, e bastante generosa para me ensinar as
tarefas. Àquela altura eu já sabia ler, graças muito mais aos
esforços de minha irmã mais velha e minha mãe do que da
professora sem paciência que dava aula na casa de dona Firmina.
Para mim era o suficiente. Diferente de Bibiana, que falava em
ser professora, eu gostava mesmo era da roça, da cozinha, de
fazer azeite e de despolpar o buriti. Não me atraía a matemática,
muito menos as letras de dona Lourdes. Não me interessava por
suas aulas em que contava a história do Brasil, em que falava da
mistura entre índios, negros e brancos, de como éramos felizes,
de como nosso país era abençoado. Não aprendi uma linha do
hino nacional, não me serviria, porque eu mesma não posso
cantar. Muitas crianças também não aprenderam, pude perceber,
estavam com a cabeça na comida ou na diversão que estavam
perdendo na beira do rio, para ouvir aquelas histórias fantasiosas
e enfadonhas sobre os heróis bandeirantes, depois os militares, as
heranças dos portugueses e outros assuntos que não nos diziam
muita coisa.
Meu desinteresse só fazia crescer. Tinha a sensação de
que perdia meu tempo naquela sala quente, ouvindo aquela
senhora de mãos finas e sem calos, com um perfume forte que
parecia incensar a escola nos dias de calor. Olhava para o quadro
verde, as letras embaralhadas, bonitas, mas que formavam
palavras e frases difíceis que não entravam em minha cabeça, e
pensava em meu pai na várzea encontrando coisa nova na terra
para a qual se dedicar, ou minha mãe cuidando do quintal, dos
bichos, costurando.
Itamar Vieira Jr. Torto arado. São Paulo:
Todavia, 2019, p. 97-8 (com adaptações).
A sensação de opressão experimentada pela narradora na escola,
retratada no segundo parágrafo do texto 10A3-I, é realçada
pelo(a)