Questões de Concurso Público TRT - 3ª Região (MG) 2015 para Técnico Judiciário - Enfermagem
Foram encontradas 2 questões
Ano: 2015
Banca:
FCC
Órgão:
TRT - 3ª Região (MG)
Provas:
FCC - 2015 - TRT - 3ª Região (MG) - Técnico Judiciário - Área Tecnologia da Informação
|
FCC - 2015 - TRT - 3ª Região (MG) - Técnico Judiciário - Contabilidade |
FCC - 2015 - TRT - 3ª Região (MG) - Técnico Judiciário - Enfermagem |
Q535620
Português
Texto associado
Céu da Boca
Uma das sedes da nostalgia da infância, e das mais
profundas, é o céu da boca.
A memória do paladar recompõe com precisão instantânea,
através daquilo que comemos quando meninos, o
menino que fomos. O cronista, se fosse escrever um livro de
memórias, daria nele a maior importância à mesa de família, na
cidade de interior onde nasceu e passou a meninice. A mesa
funcionaria como personagem ativa, pessoa da casa, dotada do
poder de reunir todas as outras, e também de separá-las, pelo
jogo de preferências e idiossincrasias do paladar − que digo? da
alma, pois é no fundo da alma que devemos pesquisar o
mistério de nossas inclinações culinárias.
A mesa mineira era grande, inteiriça e de madeira clara.
À esquerda e à direita, estiravam-se dois bancos compridos, em
que irmãos e parentes em visita se sentavam por critério
hierárquico. À cabeceira, na cadeira de jacarandá e palhinha, o
pai presidia.
A comida, imune a influências no meio ilhado entre
montanhas, era simples, simples a lembrança que deixou; e
quem dela se nutriu quase sempre torce o nariz aos requintes,
excentricidades ou meras variedades culinárias de outras terras.
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. A bolsa e a
vida. São Paulo, Companhia das Letras, 2012, p. 91-92.)
Uma característica do gênero crônica verificável no texto
é:
Ano: 2015
Banca:
FCC
Órgão:
TRT - 3ª Região (MG)
Provas:
FCC - 2015 - TRT - 3ª Região (MG) - Técnico Judiciário - Área Tecnologia da Informação
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FCC - 2015 - TRT - 3ª Região (MG) - Técnico Judiciário - Contabilidade |
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Q535624
Português
Texto associado
Dona Doida
Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso,
com trovoada e clarões, exatamente como chove agora.
Quando se pôde abrir as janelas,
as poças tremiam com os últimos pingos.
Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,
decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.
Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,
trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.
A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha,
com sombrinha infantil e coxas à mostra.
Meus filhos me repudiaram envergonhados,
meu marido ficou triste até a morte,
eu fiquei doida no encalço.
Só melhoro quando chove.
(PRADO, Adélia. Poesia Reunida. São Paulo, Siciliano, 1991, p. 108)
Na construção do poema, predomina o tipo