Questões de Concurso Público Prefeitura de Paraíso do Tocantins - TO 2023 para Historiador

Étienne Pasquier, voltado à versão de uma história preocupada com o uso de documentos legítimos reconhecidos pela filologia e que organizasse provas em favor de uma versão do passado que pudesse, naquela concepção, sobreviver ao tribunal dos críticos e juristas, fez uso de documentos extraídos dos copistas para escrever suas “Pesquisas da França”

O literato e jurista francês Étienne Pasquier aplicou os métodos da dita História Perfeita francesa ao escrever sua obra “Pesquisas da França”. Ele buscou estabelecer critérios de averiguação e confiabilidade de seu relato pelo recurso a dois campos de conhecimento e de prática muito importantes da época: a filologia e a retórica.

Pasquier descreve sua obra como uma pesquisa e não como um relato, denotando uma mudança metodológica fundamental em relação à História Humanista, a partir do momento em que a pesquisa refuta toda e qualquer expressão do relato, dando ênfase e atuando exclusivamente com documentos oficiais do Estado.

Étienne Pasquier foi um dos primeiros autores modernos a tentar se desvencilhar das referências histórico-genealógicas do passado greco-romano. Na sua obra “Pesquisas da França”, desconsiderou qualquer influência da cultura greco-latina na formação da cultura francesa do século XVI.

Pasquier, na tentativa de “dizer somente aquilo que se pudesse provar”, fez uso de documentos extraídos dos copistas para escrever suas “Pesquisas da França”. Prática comum entre os historiadores do período moderno.

No século XVIII, a preocupação de alguns intelectuais franceses era entender o historiador como mais do que alguém preocupado com a catalogação e seleção dos documentos. Desta forma, o especialista no passado deveria também elaborar ideias acerca de “como” e “porque” o passado mudou.

Os eruditos da França do século XVIII, influenciados pelo Iluminismo, exploraram as possibilidades abertas pelo século que os precedeu em duas direções principais: desenvolvendo o gênero encomiástico, por um lado, e estabelecendo o campo disciplinar da História científica, por outro.

O gênero encomiástico descontinuou o caminho aberto pela História Humanista, deixando de celebrar a figura dos grandes monarcas e desenvolvendo sobre eles um elogio biográfico.

Em um período em que a história se construía como disciplina erudita, os intelectuais franceses do século XVIII desacreditavam a ação de reflexão do historiador, de seu papel autoral na escrita das narrativas sobre o passado.

Os eruditos da França do século XVIII aproximaram-se do modelo de uma história dos grandes acontecimentos em detrimento de uma história estrutural que integrasse economia, artes, ciências e costumes.

A filologia, embora tenha contribuído para a teoria da História, pouco influenciou a questão metodológica da História na modernidade, principalmente pela concepção limitadora de que ela trataria das sociedades que dominavam a escrita.

A filologia afirmava que à História teria de ser escrita a partir de documentos legítimos, dentre os quais podiam ser considerados os documentos registrados pelos copistas.

A filologia, quando aplicada a História desde a Antiguidade e, principalmente no período medieval, contribuiu para o desenvolvimento da jurídica ou ciência do Direito; a partir do momento em que a História passou a agir como um tribunal, em busca de provas e evidências que poderiam legitimar uma versão em detrimento de outra.

A filologia, como o estudo dos documentos e textos antigos escritos e de sua transmissão, influenciou a História com sua prática de análise dos textos manuscritos na tentativa de livrá-los dos erros dos copistas e decidir se uma cópia era legítima ou não.

Da relação entre a filologia e a jurídica aplicadas à História, a jurídica corresponde a uma ciência capaz de realizar a análise crítica dos textos históricos, enquanto a filologia analisa o falso e o verdadeiro, a prova e a refutação nos documentos.

A relação estabelecida entre História e Memória Social está intrinsecamente ligada ao patrimônio cultural, sem o qual não há história e memória social.

O patrimônio cultural expressa a identidade histórica e as vivências de um grupo étnico, contribuindo para manter e preservar a identidade de uma nação, sua história e memória social.

O patrimônio cultural é o principal elo de resgate da história regional, traduzindo-se no único elemento responsável por resguardar a memória social de um grupo étnico, traduzindo-se como herança cultural do passado, vivida no presente, a qual será transmitida às gerações futuras.

O patrimônio cultural corresponde exclusivamente ao conjunto de símbolos sacralizados, no sentido religioso e ideológico, que um grupo, normalmente a elite, política, científica, econômica e religiosa, decide preservar como patrimônio coletivo.

Assim como a história, a memória social é dinâmica, mutável e seletiva; seletiva porque nem tudo o que é importante para o grupo fica “gravado na memória”, fica registado para as gerações futuras; diferentemente do patrimônio cultural.

O conceito de patrimônio está ligado à História e, portanto, exclusivamente ao passado.

O conceito de patrimônio está associado diretamente a bens materiais.

O conceito de patrimônio é determinado, diretamente, pelos grandes eventos da história do país.

O conceito de patrimônio está associado às questões identitária e de construção de memórias, por meio de bens culturais tangíveis e intangíveis.

O patrimônio histórico e cultural de uma nação não está ligado à História constituída, mas sobretudo às identidades locais e regionais.