Questões de Concurso Público GHC-RS 2023 para Odontólogo (Saúde Pública)

As manifestações clínicas são variáveis, sendo a mais frequente aquela associada à Estomatite Protética, com formação de área atrófica e eritematosa que sugere a nomenclatura da lesão.

Os usuários acometidos são na maioria assintomáticos, mas eventualmente podem se queixar de dor, ardência ou, mais raramente, prurido.

Algumas lesões associadas à cândida podem manifestar-se de maneira aguda, com formação de pseudomembrana esbranquiçada, a qual pode ser coletada por esfregaço e encaminhada para exame citológico. Pacientes com suspeita de candidíase pseudomembranosa devem ser sempre investigados cuidadosamente com relação à presença de doenças ou outros fatores que levem à imunossupressão, tais como o uso de corticoides tópicos ou infecção por HIV.

O diagnóstico de candidíase é eminentemente clínico; contudo, como o tratamento das formas crônicas exige protocolos longos e de difícil adesão pelo paciente, reforça-se a necessidade de referenciar tais casos para o Centro de Especialidades Odontológicas para atenção profissional do estomatologista.

A terapia medicamentosa mais comum é realizada com Nistatina em suspensão oral, com bochechos realizados de quatro a cinco vezes ao dia, durante duas semanas. As manobras de higiene favorecem o tratamento e indica-se, para os usuários portadores de próteses removíveis, a interrupção do seu uso e a aplicação da medicação antifúngica na superfície interna delas.

O câncer de boca está entre os mais prevalentes no Brasil e no Rio Grande do Sul. Anualmente, são diagnosticados cerca de 5 mil novos casos desse tipo de câncer, que ocupa a quinta posição entre os cânceres mais frequentes na população. 

As maiores taxas de mortalidade para o câncer de boca são observadas nas regiões norte e nordeste do Brasil, pelo alto consumo de fumo e álcool, além da extensa exposição solar. 

O câncer bucal é uma doença agressiva com uma taxa de sobrevivência de apenas 50% ao longo de 5 anos e o tratamento traz sequelas severas que limitam as atividades profissionais, sociais e familiares.

A alta mortalidade é influenciada pelo desconhecimento da população em geral quanto à existência da doença, seus fatores de risco e dificuldade e insegurança dos profissionais de saúde em identificar lesões. Além do atraso na referência dos usuários e das grandes esperas pelo tratamento especializado.