Questões de Concurso Público UFRJ 2017 para Assistente em Administração

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Q856881 Português

                                          


      O trecho adiante é um fragmento do romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha, de Lima Barreto (1881-1922). Leia-o e responda às questões propostas a seguir:


      “(...) De manhã, pus-me a recapitular todos esses episódios; e sobre todos pairava a figura inflada, mescla de suíno e de símio, do célebre jornalista Raul Gusmão. O próprio Oliveira, tão parvo e tão besta, tinha alguma coisa dele, do seu fingimento de superioridade, dos seus gestos fabricados, da sua procura de frases de efeito, de seu galope para o espanto e para a surpresa. Era já o genial, com quem viria travar conhecimento mais tarde, que me assombrava com o seu maquinismo de pose e me colhia nos alçapões de apanhar os simples. E senti também que o espantoso Gusmão e o bobo Oliveira me tinham desviado da observação meticulosa a que vinha submetendo o padeiro de Itaporanga. Achava extraordinário que um varejista de um vilarejo longínquo cultivasse e mantivesse amizades tão fora do seu círculo; não se explicava bem aquele seu norteio para os jornalistas, a especial admiração com que os cercava, o carinho com que tratava todos. (...)” 

Em relação à vírgula no trecho “(...) De manhã, pus-me a recapitular todos esses episódios; (...)” – considerado o que estabelece a norma culta da língua – pode-se afirmar que seu emprego é:
Alternativas
Q856885 Português

                              


      O texto adiante é um fragmento do artigo Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Sua autora, Sueli Carneiro, é filósofa, escritora, ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro, fundadora e coordenadora executiva do Geledés – Instituto da Mulher Negra São Paulo SP.


Leia-o, atentamente, e responda à questão.


      “Insisto em contar a forma pela qual foi assegurada, no registro de nascimento de minha filha Luanda, a sua identidade negra. O pai, branco, vai ao cartório, o escrivão preenche o registro e, no campo destinado à cor, escreve: branca. O pai diz ao escrivão que a cor está errada, porque a mãe da criança é negra. O escrivão, resistente, corrige o erro e planta a nova cor: parda. O pai novamente reage e diz que sua filha não é parda. O escrivão irritado pergunta, ‘Então qual a cor de sua filha?’. O pai responde, ‘Negra’. O escrivão retruca, ‘Mas ela não puxou nem um pouquinho ao senhor?’ É assim que se vão clareando as pessoas no Brasil e o Brasil.

      Esse pai, brasileiro naturalizado e de fenótipo ariano, não tem, como branco que de fato é, as dúvidas metafísicas que assombram a racialidade no Brasil, um país percebido por ele e pela maioria de estrangeiros brancos como de maioria negra. Não fosse a providência e insistência paternas, minha filha pagaria eternamente o mico de, com sua vasta carapinha, ter o registro de branca, como ocorre com filhos de um famoso jogador de futebol negro.”

No trecho “O escrivão, resistente, corrige o erro e planta a nova cor: parda.”; as vírgulas estão empregadas para separar:
Alternativas
Respostas
1: D
2: D