Questões de Concurso Público PC-SP 2022 para Investigador de Polícia
Foram encontradas 6 questões
Q1946462
Português
Texto associado
Leia o texto, para responder à questão.
Ir ao mesmo lugar
Como sempre dizemos, estamos vivendo amplamente
realidades virtuais. Conhecemos o mundo através da televisão, que muitas vezes não o retrata tal como é, mas trata
de reconstruí-lo ou até de construí-lo novamente. Cada vez
mais, vemos apenas simulacros da realidade.
Contudo, hoje as pessoas começaram a viajar como nunca antes. Cada vez mais gente, cujos pais foram no máximo a
uma cidade vizinha, declara que visitou lugares com os quais
eu, viajante compulsivo, ou melhor, profissional, ainda me limito a sonhar. Não deveríamos, portanto, ver esta paixão turística como uma forma de fugir da realidade virtual para ver
“a própria coisa”? O turismo representa para muitos um modo
de se reapropriar do mundo. Só que antes a experiência da
viagem era decisiva, voltávamos diferentes do que éramos
ao partir, enquanto agora só se encontra gente que volta sem
ter sido tocada minimamente pela fascinação do Outro Lugar.
Talvez isso aconteça porque hoje os locais de peregrinação real fazem o possível para ficarem parecidos com os locais de peregrinação virtual. Tudo que o local turístico deseja
é ficar igual à sua própria imagem glamorizada pela mídia.
Ocorre também que todos os lugares tendem a se parecer e dessa vez a globalização tem tudo a ver com a história.
Penso em alguns lugares mágicos de Paris, onde pouco a
pouco estão desaparecendo os velhos restaurantes, as livrarias à meia-luz, as lojinhas dos velhos artesãos, substituídos
por lojas de estilistas internacionais, que por sua vez são as
mesmas que podemos encontrar na em Nova York, em Londres, em Milão. As principais ruas das grandes cidades se parecem cada vez mais umas com as outras, além de exibirem
as mesmas lojas.
Quando tudo for igual a tudo, ninguém mais fará turismo para descobrir o mundo verdadeiro, mas para encontrar
sempre, onde quer que esteja, aquilo que já conhece e que
poderia ver perfeitamente ficando em casa diante da TV.
(Umberto Eco. Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida.
Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)
Para o autor, a experiência de viajar
Q1946463
Português
Texto associado
Leia o texto, para responder à questão.
Ir ao mesmo lugar
Como sempre dizemos, estamos vivendo amplamente
realidades virtuais. Conhecemos o mundo através da televisão, que muitas vezes não o retrata tal como é, mas trata
de reconstruí-lo ou até de construí-lo novamente. Cada vez
mais, vemos apenas simulacros da realidade.
Contudo, hoje as pessoas começaram a viajar como nunca antes. Cada vez mais gente, cujos pais foram no máximo a
uma cidade vizinha, declara que visitou lugares com os quais
eu, viajante compulsivo, ou melhor, profissional, ainda me limito a sonhar. Não deveríamos, portanto, ver esta paixão turística como uma forma de fugir da realidade virtual para ver
“a própria coisa”? O turismo representa para muitos um modo
de se reapropriar do mundo. Só que antes a experiência da
viagem era decisiva, voltávamos diferentes do que éramos
ao partir, enquanto agora só se encontra gente que volta sem
ter sido tocada minimamente pela fascinação do Outro Lugar.
Talvez isso aconteça porque hoje os locais de peregrinação real fazem o possível para ficarem parecidos com os locais de peregrinação virtual. Tudo que o local turístico deseja
é ficar igual à sua própria imagem glamorizada pela mídia.
Ocorre também que todos os lugares tendem a se parecer e dessa vez a globalização tem tudo a ver com a história.
Penso em alguns lugares mágicos de Paris, onde pouco a
pouco estão desaparecendo os velhos restaurantes, as livrarias à meia-luz, as lojinhas dos velhos artesãos, substituídos
por lojas de estilistas internacionais, que por sua vez são as
mesmas que podemos encontrar na em Nova York, em Londres, em Milão. As principais ruas das grandes cidades se parecem cada vez mais umas com as outras, além de exibirem
as mesmas lojas.
Quando tudo for igual a tudo, ninguém mais fará turismo para descobrir o mundo verdadeiro, mas para encontrar
sempre, onde quer que esteja, aquilo que já conhece e que
poderia ver perfeitamente ficando em casa diante da TV.
(Umberto Eco. Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida.
Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)
A frase do primeiro parágrafo “Cada vez mais, vemos
apenas simulacros da realidade” refere-se à ideia presente no texto segundo a qual
Q1946467
Português
Texto associado
Leia o texto, para responder à questão.
Especialistas deveriam se impor pela competência,
não pelo lobby*
Nesta semana eu quase recobrei minha fé na humanidade.
Com a retomada das aulas presenciais, perguntei a meu
filho David, que cursa duas faculdades, como ele faria com a
educação física. O menino me olhou como se eu viesse de
Saturno e me explicou, para minha surpresa, que a educação
física não é mais disciplina obrigatória no ensino superior. Ao
contrário do que acontecia no meu tempo, a molecada não
precisa mais submeter-se às aulas de Educação Física para
obter seu diploma.
Não me entendam mal. Sou um entusiasta da atividade
física. Há mais de 20 anos corro quase que diariamente. E
recomendo a todos que se mexam, se possível sob a orientação de um profissional. Mas sou veementemente contrário ao
hábito corporativista, tão disseminado por aqui, de sequestrar
o poder do Estado para criar reservas de mercado.
Acredito em ciência e estudo. Vale a pena procurar um
especialista. Mas fazê-lo deve ser uma escolha, não uma
obrigatoriedade. Numa sociedade funcional, você recorre aos
serviços de um profissional, seja o educador físico, o advogado ou qualquer outro, porque ele oferece um saber e uma
experiência que lhe interessam, não porque a lei o obriga a
fazê-lo. Em outras palavras, os especialistas deveriam se impor por sua competência, não por seus lobbies.
O leitor atento deve ter percebido que enfiei um “quase”
ali no começo do texto. Embora tenha ficado feliz ao descobrir que a educação física não é mais requisito para um diploma universitário, ao investigar melhor como isso aconteceu,
fiquei com a impressão de que a desobrigatoriedade não veio
porque legisladores e conselheiros ficaram mais sábios, mas
porque o lobby dos donos de faculdade é mais forte que o
dos professores de educação física.
*Lobby: atividade de pressão de um grupo organizado sobre políticos e poderes públicos, que visa exercer sobre estes qualquer
influência ao seu alcance.
(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/
helioschwartsman/2022/03/especialistas-deveriam-se-impor-pelacompetencia-nao-pelo-lobby.shtml. 18.03.2022. Adaptado)
O autor do texto manifesta oposição à
Q1946469
Português
Texto associado
Leia o texto, para responder à questão.
Especialistas deveriam se impor pela competência,
não pelo lobby*
Nesta semana eu quase recobrei minha fé na humanidade.
Com a retomada das aulas presenciais, perguntei a meu
filho David, que cursa duas faculdades, como ele faria com a
educação física. O menino me olhou como se eu viesse de
Saturno e me explicou, para minha surpresa, que a educação
física não é mais disciplina obrigatória no ensino superior. Ao
contrário do que acontecia no meu tempo, a molecada não
precisa mais submeter-se às aulas de Educação Física para
obter seu diploma.
Não me entendam mal. Sou um entusiasta da atividade
física. Há mais de 20 anos corro quase que diariamente. E
recomendo a todos que se mexam, se possível sob a orientação de um profissional. Mas sou veementemente contrário ao
hábito corporativista, tão disseminado por aqui, de sequestrar
o poder do Estado para criar reservas de mercado.
Acredito em ciência e estudo. Vale a pena procurar um
especialista. Mas fazê-lo deve ser uma escolha, não uma
obrigatoriedade. Numa sociedade funcional, você recorre aos
serviços de um profissional, seja o educador físico, o advogado ou qualquer outro, porque ele oferece um saber e uma
experiência que lhe interessam, não porque a lei o obriga a
fazê-lo. Em outras palavras, os especialistas deveriam se impor por sua competência, não por seus lobbies.
O leitor atento deve ter percebido que enfiei um “quase”
ali no começo do texto. Embora tenha ficado feliz ao descobrir que a educação física não é mais requisito para um diploma universitário, ao investigar melhor como isso aconteceu,
fiquei com a impressão de que a desobrigatoriedade não veio
porque legisladores e conselheiros ficaram mais sábios, mas
porque o lobby dos donos de faculdade é mais forte que o
dos professores de educação física.
*Lobby: atividade de pressão de um grupo organizado sobre políticos e poderes públicos, que visa exercer sobre estes qualquer
influência ao seu alcance.
(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/
helioschwartsman/2022/03/especialistas-deveriam-se-impor-pelacompetencia-nao-pelo-lobby.shtml. 18.03.2022. Adaptado)
Considere as passagens do texto:
• O menino me olhou como se eu viesse de Saturno... (2º parágrafo)
• ... submeter-se às aulas de Educação física para obter seu diploma. (2º parágrafo)
• Em outras palavras, os especialistas deveriam se impor por sua competência... (4º parágrafo)
No contexto em que estão inseridos, os termos destacados expressam, respectivamente, sentidos de
• O menino me olhou como se eu viesse de Saturno... (2º parágrafo)
• ... submeter-se às aulas de Educação física para obter seu diploma. (2º parágrafo)
• Em outras palavras, os especialistas deveriam se impor por sua competência... (4º parágrafo)
No contexto em que estão inseridos, os termos destacados expressam, respectivamente, sentidos de
Q1946470
Português
Texto associado
Leia o texto, para responder à questão.
Especialistas deveriam se impor pela competência,
não pelo lobby*
Nesta semana eu quase recobrei minha fé na humanidade.
Com a retomada das aulas presenciais, perguntei a meu
filho David, que cursa duas faculdades, como ele faria com a
educação física. O menino me olhou como se eu viesse de
Saturno e me explicou, para minha surpresa, que a educação
física não é mais disciplina obrigatória no ensino superior. Ao
contrário do que acontecia no meu tempo, a molecada não
precisa mais submeter-se às aulas de Educação Física para
obter seu diploma.
Não me entendam mal. Sou um entusiasta da atividade
física. Há mais de 20 anos corro quase que diariamente. E
recomendo a todos que se mexam, se possível sob a orientação de um profissional. Mas sou veementemente contrário ao
hábito corporativista, tão disseminado por aqui, de sequestrar
o poder do Estado para criar reservas de mercado.
Acredito em ciência e estudo. Vale a pena procurar um
especialista. Mas fazê-lo deve ser uma escolha, não uma
obrigatoriedade. Numa sociedade funcional, você recorre aos
serviços de um profissional, seja o educador físico, o advogado ou qualquer outro, porque ele oferece um saber e uma
experiência que lhe interessam, não porque a lei o obriga a
fazê-lo. Em outras palavras, os especialistas deveriam se impor por sua competência, não por seus lobbies.
O leitor atento deve ter percebido que enfiei um “quase”
ali no começo do texto. Embora tenha ficado feliz ao descobrir que a educação física não é mais requisito para um diploma universitário, ao investigar melhor como isso aconteceu,
fiquei com a impressão de que a desobrigatoriedade não veio
porque legisladores e conselheiros ficaram mais sábios, mas
porque o lobby dos donos de faculdade é mais forte que o
dos professores de educação física.
*Lobby: atividade de pressão de um grupo organizado sobre políticos e poderes públicos, que visa exercer sobre estes qualquer
influência ao seu alcance.
(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/
helioschwartsman/2022/03/especialistas-deveriam-se-impor-pelacompetencia-nao-pelo-lobby.shtml. 18.03.2022. Adaptado)
Considere a seguinte passagem do terceiro parágrafo:
Sou um entusiasta da atividade física. Há mais de 20 anos corro quase que diariamente. E recomendo a todos que se mexam, se possível sob a orientação de um profissional. Mas sou veementemente contrário ao hábito corporativista, tão disseminado por aqui...
No contexto em que estão inseridos, os termos em destaque na passagem têm como sinônimos, respectivamente:
Sou um entusiasta da atividade física. Há mais de 20 anos corro quase que diariamente. E recomendo a todos que se mexam, se possível sob a orientação de um profissional. Mas sou veementemente contrário ao hábito corporativista, tão disseminado por aqui...
No contexto em que estão inseridos, os termos em destaque na passagem têm como sinônimos, respectivamente: