Questões de Concurso Para fat
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Ano: 2023
Banca:
FAT
Órgão:
CEETEPS
Prova:
FAT - 2023 - CEETEPS - Analista de Suporte e Gestão (Bibliotecário) |
Q2121518
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Centenários anónimos
O Outono repete o modo como me vou esquecendo dos mortos, à medida que os dias encurtam
Não sei se há estação mais nefasta do que o Outono, mas as estações são o que elas fizeram conosco.
Por estes dias, o meu avô faria perto de cem anos. Talvez não valham de nada os centenários dos cidadãos
anónimos, comparados com os das pessoas célebres. Os sobreviventes lembram-se, quem sabe um deles
faz um brinde ou vai ao cemitério, trocam-se algumas palavras.
O Outono é a estação em que a natureza se parece mais com o que a passagem do tempo faz à lembrança
daqueles que amei. No começo, estão diante de mim, quase os vejo, ainda são nítidas as mãos e as caras.
Vão-se desbotando, com a passagem dos anos, primeiro ainda fantasmas, depois nem isso, quero lembrarme de como eram. Não consigo.
[...]
Arranjei uma máquina de escrever e escrevo uma página. Não estou habituada a ter de ter as frases na
cabeça ou a precisar de memorizar a frase anterior e a frase seguinte. Muito depressa, vejo que escrevo à
máquina como uma criança de seis anos, apesar de escrever todos os dias e de os meus dedos bailarem
pelo teclado com muita experiência, a máquina de escrever obriga-me a projectar as palavras no ar, como
se projectava nas aulas de geometria descritiva. Muito rapidamente, basta uma pequena alteração, e
percebo que não sei fazer aquilo que faço todos os dias.
Rabisco listas de coisas que gostava de mostrar ao meu pai morto e de experimentar com ele. Numa livraria,
decido escolher um livro pela capa e, sem saber a língua, compro uma antologia de histórias sobre pais.
Sinto-o guiar-me os passos, os caminhos. Como nos nossos passeios infantis, ele anda a meu lado pela
rua e tira-me o medo a cada momento.
Também as pessoas célebres, cujos centenários se comemoram, são pessoas anónimas para aqueles que
as amaram.
[...]
Djaimilia Pereira de Almeida. “Centenários anónimos”. In: Quatro cinco um. Novembro de 2022, p. 8.
Adaptado.
A fim de se transpor uma oração para a voz passiva, é necessário que haja o objeto direto,
pois ele exercerá a função de sujeito paciente. Por exemplo: o rapaz encheu os bolsos com
bolachas, na voz ativa, ficaria os bolsos foram enchidos com bolachas pelo rapaz ou
encheram-se os bolsos com bolachas.
Assinale a alternativa que apresenta uma oração transposta corretamente para a voz passiva.
Assinale a alternativa que apresenta uma oração transposta corretamente para a voz passiva.
Ano: 2023
Banca:
FAT
Órgão:
CEETEPS
Prova:
FAT - 2023 - CEETEPS - Analista de Suporte e Gestão (Bibliotecário) |
Q2121517
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Centenários anónimos
O Outono repete o modo como me vou esquecendo dos mortos, à medida que os dias encurtam
Não sei se há estação mais nefasta do que o Outono, mas as estações são o que elas fizeram conosco.
Por estes dias, o meu avô faria perto de cem anos. Talvez não valham de nada os centenários dos cidadãos
anónimos, comparados com os das pessoas célebres. Os sobreviventes lembram-se, quem sabe um deles
faz um brinde ou vai ao cemitério, trocam-se algumas palavras.
O Outono é a estação em que a natureza se parece mais com o que a passagem do tempo faz à lembrança
daqueles que amei. No começo, estão diante de mim, quase os vejo, ainda são nítidas as mãos e as caras.
Vão-se desbotando, com a passagem dos anos, primeiro ainda fantasmas, depois nem isso, quero lembrarme de como eram. Não consigo.
[...]
Arranjei uma máquina de escrever e escrevo uma página. Não estou habituada a ter de ter as frases na
cabeça ou a precisar de memorizar a frase anterior e a frase seguinte. Muito depressa, vejo que escrevo à
máquina como uma criança de seis anos, apesar de escrever todos os dias e de os meus dedos bailarem
pelo teclado com muita experiência, a máquina de escrever obriga-me a projectar as palavras no ar, como
se projectava nas aulas de geometria descritiva. Muito rapidamente, basta uma pequena alteração, e
percebo que não sei fazer aquilo que faço todos os dias.
Rabisco listas de coisas que gostava de mostrar ao meu pai morto e de experimentar com ele. Numa livraria,
decido escolher um livro pela capa e, sem saber a língua, compro uma antologia de histórias sobre pais.
Sinto-o guiar-me os passos, os caminhos. Como nos nossos passeios infantis, ele anda a meu lado pela
rua e tira-me o medo a cada momento.
Também as pessoas célebres, cujos centenários se comemoram, são pessoas anónimas para aqueles que
as amaram.
[...]
Djaimilia Pereira de Almeida. “Centenários anónimos”. In: Quatro cinco um. Novembro de 2022, p. 8.
Adaptado.
Sobre o texto, é correto afirmar que
Ano: 2023
Banca:
FAT
Órgão:
CEETEPS
Prova:
FAT - 2023 - CEETEPS - Analista de Suporte e Gestão (Bibliotecário) |
Q2121516
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Centenários anónimos
O Outono repete o modo como me vou esquecendo dos mortos, à medida que os dias encurtam
Não sei se há estação mais nefasta do que o Outono, mas as estações são o que elas fizeram conosco.
Por estes dias, o meu avô faria perto de cem anos. Talvez não valham de nada os centenários dos cidadãos
anónimos, comparados com os das pessoas célebres. Os sobreviventes lembram-se, quem sabe um deles
faz um brinde ou vai ao cemitério, trocam-se algumas palavras.
O Outono é a estação em que a natureza se parece mais com o que a passagem do tempo faz à lembrança
daqueles que amei. No começo, estão diante de mim, quase os vejo, ainda são nítidas as mãos e as caras.
Vão-se desbotando, com a passagem dos anos, primeiro ainda fantasmas, depois nem isso, quero lembrarme de como eram. Não consigo.
[...]
Arranjei uma máquina de escrever e escrevo uma página. Não estou habituada a ter de ter as frases na
cabeça ou a precisar de memorizar a frase anterior e a frase seguinte. Muito depressa, vejo que escrevo à
máquina como uma criança de seis anos, apesar de escrever todos os dias e de os meus dedos bailarem
pelo teclado com muita experiência, a máquina de escrever obriga-me a projectar as palavras no ar, como
se projectava nas aulas de geometria descritiva. Muito rapidamente, basta uma pequena alteração, e
percebo que não sei fazer aquilo que faço todos os dias.
Rabisco listas de coisas que gostava de mostrar ao meu pai morto e de experimentar com ele. Numa livraria,
decido escolher um livro pela capa e, sem saber a língua, compro uma antologia de histórias sobre pais.
Sinto-o guiar-me os passos, os caminhos. Como nos nossos passeios infantis, ele anda a meu lado pela
rua e tira-me o medo a cada momento.
Também as pessoas célebres, cujos centenários se comemoram, são pessoas anónimas para aqueles que
as amaram.
[...]
Djaimilia Pereira de Almeida. “Centenários anónimos”. In: Quatro cinco um. Novembro de 2022, p. 8.
Adaptado.
Analisando as informações apresentadas, é correto afirmar que
Ano: 2023
Banca:
FAT
Órgão:
CEETEPS
Prova:
FAT - 2023 - CEETEPS - Analista de Suporte e Gestão (Bibliotecário) |
Q2121515
Português
Texto associado
Leia o poema “Soneto ao mar africano” para responder a questão.
Ó grande Mar, que banhas estas plagas
Africanas, em ti ouço recados
Dum mundo a outro mundo, nos teus brados
De prantos, risos, orações e pragas!
Na dramática voz das tuas vagas,
Escuto os que, nos séculos passados,
Choraram nesse canto dos teus fados,
Cantaram nesse choro em que te alagas...
Na tua voz eu ouço o branco bravo,
Que semeou Portugal nestes recantos
Africanos, e ainda o Negro escravo
- ao mesmo tempo indômito e servil –
Que regou com seu sangue e com seus prantos
A semente fecunda do Brasil!
Geraldo Bessa Victor. In: FERREIRA, Manuel. (org.) No reino de
Caliban II. Lisboa: Seara Nova, 1975; p.58.
As vírgulas empregadas no verso “Escuto os que, nos séculos passados,” também ocorrem
em
Ano: 2023
Banca:
FAT
Órgão:
CEETEPS
Prova:
FAT - 2023 - CEETEPS - Analista de Suporte e Gestão (Bibliotecário) |
Q2121514
Português
Texto associado
Leia o poema “Soneto ao mar africano” para responder a questão.
Ó grande Mar, que banhas estas plagas
Africanas, em ti ouço recados
Dum mundo a outro mundo, nos teus brados
De prantos, risos, orações e pragas!
Na dramática voz das tuas vagas,
Escuto os que, nos séculos passados,
Choraram nesse canto dos teus fados,
Cantaram nesse choro em que te alagas...
Na tua voz eu ouço o branco bravo,
Que semeou Portugal nestes recantos
Africanos, e ainda o Negro escravo
- ao mesmo tempo indômito e servil –
Que regou com seu sangue e com seus prantos
A semente fecunda do Brasil!
Geraldo Bessa Victor. In: FERREIRA, Manuel. (org.) No reino de
Caliban II. Lisboa: Seara Nova, 1975; p.58.
Após a leitura atenta do poema do autor angolano Geraldo Bessa, pode-se afirmar
corretamente que