Questões de Vestibular de Português - Funções morfossintáticas da palavra QUE
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TEXTO:
CRITELLI, Dulce. Disponível em: http://www.cartaeducacao.com.br/
artigo/somos-todos-testemunhas. Acesso em: 10 fev. 2106. Adaptado.
I - É morfologicamente igual nas duas ocorrências seguintes: “Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.” (linhas 30-32). II - Tem função anafórica e catafórica ao mesmo tempo e serve de complemento verbal na frase a seguir: “Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.” (linhas 6-9). III - É diferente nos dois enunciados que seguem: “Mas que talento tinha para a crueldade.” (linha 11); “o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte.” (linhas 44-46).
Está correto o que se afirma em
Deuses e Demônios.
A possessão constituía um fenômeno familiar no mundo grego. Gente de todas as camadas sociais consultava o oráculo de Apolo, em Delfos, onde a pitonisa, em transe, oferecia respostas – por vezes enigmáticas e ambíguas – às questões apresentadas. O domínio dos corpos pela divindade era habitual nos rituais sagrados, como o de Dionísio, (a)que deu origem ao teatro. Por sua vez, Platão chegou a afirmar (b)que muitos poetas criavam sob o domínio das Musas e de outras deidades, sem controle sobre as palavras proferidas.
Milênios depois, os principais estudiosos do psiquismo empreenderam o exame da possessão. Jung, por exemplo, abordou o fenômeno já na sua tese de doutoramento, focalizando o caso de uma adolescente (c)que dizia “receber” o espírito do avô já falecido. Mais tarde, o criador da psicologia analítica desenvolveria o conceito de arquétipos – representações inatas e específicas da humanidade (d)que são o correspondente psíquico dos instintos –, que se revelaria de enorme valor no estudo das mais diversas manifestações culturais. O culto a Dionísio, por exemplo, foi considerado um arquétipo da fertilidade humana. O pensador suíço também escreveu sobre o oráculo de Delfos, relacionando a obscuridade das respostas com as mensagens ambíguas do inconsciente.
O cenário da possessão esteve igualmente presente no desenvolvimento de outro conceito junguiano fundamental: os complexos, “ilhas de fantasia” psíquicas (e)que atuam sobre o eu e chegam a dominá-lo. Tornam-se nocivos quando ganham autonomia, sem se integrar à estrutura do psiquismo; Jung chegou a comparar o controle do eu pelos complexos autônomos com a noção medieval de possessão demoníaca (Mente, Cérebro e Filosofia, nº1, Duetto)
Assinale, abaixo, apenas a alternativa em que a partícula em destaque apresenta uma função sintática diferente da ocorrida nas demais alternativas dessa questão.
Em relação à partícula “que” em “Eu estou fazendo uma coisa que amo” e “eu digo que estou no período fetal”, considere as afirmativas a seguir.
I. O primeiro “que” é um pronome relativo e retoma o termo “coisa”.
II. O segundo “que” é uma conjunção subordinativa substantiva objetiva direta.
III. O primeiro “que” inicia uma oração subordinada adverbial causal.
IV. O segundo “que” é um pronome relativo e retoma a forma verbal “estou”.
Assinale a alternativa correta.