Questões de Vestibular EBMSP 2018 para Prosef - 2018.2
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Q1335813
Português
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De acordo com dados do Ministério da Saúde,
nos últimos anos ocorreu um aumento significativo
no número de transplantes de órgãos em quase
todos os estados brasileiros, situando o Brasil entre
os países que mais realizam transplante no mundo,
com um índice de captação anual de órgãos de,
aproximadamente, seis doadores por milhão de
habitantes.
O transplante é um procedimento cirúrgico
que consiste na substituição de um órgão ou tecido
de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão
ou tecido saudável, de uma pessoa viva ou morta
(doador). Além disso, requer uma avaliação completa
do paciente e cuidados intensivos durante e depois da
cirurgia, correspondendo, muitas vezes, à derradeira
esperança de cura para pessoas com incapacidades
orgânicas terminais e que não obtiveram sucesso
com outros tratamentos.
No entanto, o índice de captação anual de
órgãos, no Brasil, ainda é insuficiente quando
comparado ao de países mais desenvolvidos, que
alcançam números superiores a 22 doadores
por milhão. Esse entrave se encontra fortemente
vinculado à desinformação do meio médico, e da
população em geral, visto que muitos profissionais
da área da saúde desconhecem a legislação vigente
sobre doação e transplante de órgãos.
O nascimento, a vida e a morte dos seres
humanos são processos cada vez mais passíveis de
intervenção pelo próprio homem. Todavia, ao mesmo
tempo que a ciência traz essa possibilidade de
intervenção, a ética vem para servir como elemento
definidor no que diz respeito à necessidade de se
interferir.
Aliada a isto, encontra-se a polêmica que gira
em torno desse tema na sociedade civil e científica.
A ideia de prolongar a vida humana ou de minimizar
o sofrimento das pessoas, oferecendo-lhes uma
possível melhoria em sua qualidade de vida, é uma
premissa que guia o comportamento dos profissionais
da área da saúde que lidam com esses casos e
aqueles que têm à sua volta pessoas com problemas
que as impedem de usufruir normalmente da vida
ou que determinam sua morte prematura. Assim,
a questão da doação e do transplante de órgãos
torna-se complexa na medida em que envolve
aspectos éticos, religiosos e sociais com os quais
aqueles que o defendem têm de se deparar, além das
questões legais que envolvem o assunto.
MELO, Vanessa Costa de. et al. Doação e transplante de órgãos: aspectos éticos e
legais. Disponível em: . Acesso em: mai. 2018. Adaptado.
A temática desenvolvida no texto estrutura-se em torno de
elementos que promovem o encadeamento de ideias e a
progressão do tema abordado.
A esse respeito, identifica-se no texto que
A esse respeito, identifica-se no texto que
Q1335818
Português
Texto associado
Com certeza você já deve ter se deparado
com alguma mensagem polêmica nas redes sociais
relacionada à área de saúde. Às vezes, por inocência
ou falta de conhecimento, muitos contribuem para
o compartilhamento desse tipo de conteúdo, o
que dificulta o trabalho dos profissionais da área.
Desde que um novo surto de febre amarela atingiu
o Brasil, no primeiro semestre de 2017, pessoas de
diversas localidades se dirigiram às unidades de
saúde para se vacinar contra a doença. No entanto,
diversas notícias de origem duvidosa, divulgadas
principalmente no WhatsApp, geraram desconfiança
e confundiram milhares de brasileiros.
Segundo Igor Sacramento, pesquisador
da Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz, os boatos
na área da saúde, principalmente relacionados
às vacinações, são antigos no país. “Os boatos
com relação à vacina, fazem parte da história
da imunização no Brasil”. Ele cita os casos de
vacinação contra a gripe para idosos, em 2000, e,
mais recentemente, contra HPV, em 2014, e contra
H1N1, em 2016, como exemplos de campanhas que
também sofreram com as notícias falsas.
A propagação de conteúdos enganosos
avançou de forma significativa com a popularização
de dispositivos eletrônicos e da internet, já que
facilitou o acesso e aumentou o alcance dos
conteúdos. “Essa é a grande transformação
contemporânea da circulação de boatos. Antes,
os boatos ocorriam, existiam, mas eram mais em
comentários com a família, com amigos. Agora, eles
têm uma outra dimensão por causa da internet”,
afirma o pesquisador. Ele lembra que “A tendência
é aumentar. Isso não cabe a nós o controle, não tem
como. O que temos que fazer é entender a lógica.
Vivemos num interativo comunicacional em que
todo mundo está buscando estar conectado nas
redes sociais, no Whatsapp”.
Para Igor Sacramento, outros fatores
contribuem para a presença e propagação dos
boatos, como a própria cultura do povo brasileiro,
além da falta de credibilidade das instituições. Para
resolver esse problema, afirma que as instituições
devem criar estratégias eficazes de comunicação
com o público, principalmente por meio das redes
sociais. “É necessário que se criem novas estratégias,
que possam concorrer com esses boatos e utilizar
cada vez mais as mídias sociais”.
Sacramento defende que a principal forma
de concorrer com os boatos é produzir conteúdos
informativos que atraiam a atenção das pessoas.
“Essa informação tem que ser qualificada. Então,
nós, do ponto de vista de instituições de saúde,
também temos que produzir informações para que
as pessoas possam, ao pesquisar, nos encontrar
também”.
Disponível em: <https://www.revistaencontro.com.br>. Acesso em: mai. 2018. Adaptado.
Considerando-se os aspectos coesivos que preservam a
progressão das ideias do texto, é correto afirmar: