Questões de Vestibular Esamc 2015 para Vestibular
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O que quer dizer civilização do espetáculo? É a civilização de um mundo onde o primeiro lugar na tabela de valores vigentes é ocupado pelo entretenimento, onde divertir-se, escapar do tédio, é a paixão universal. Esse é ideal de vida é perfeitamente legítimo, sem dúvida. Só um puritano fanático poderia reprovar os membros de uma sociedade que quisessem dar descontração, relaxamento, humor e diversão a vidas geralmente enquadra- das em rotinas deprimentes e às vezes imbecilizantes. Mas transformar em valor supremo essa propensão natural a divertir-se tem consequencias inesperadas: banalização da cultura, generalização da frivolidade e, no campo da informação, a proliferação do jornalismo irresponsável da bisbilhotice e do escândalo.
(LLOSA, Mário Vargas. A civilização do espetáculo. Trad. Ivone Benedetti. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013. pp. 29-30)
Levando em conta a atualidade brasileira, a definição de “civilização do espetáculo”, apresentada por Vargas Llosa, uma das “consequências inesperadas” dessa tendência poderia ser representada:
Analise as informações para responder a questão:
Peça da campanha publicitária “Homens que amamos”, do esmalte Risqué.
Peça da campanha publicitária “Verão”, da cerveja Itaipava.
Não existem muitos casos de propagandas machistas no Brasil porque a publicidade brasileira é madura para perceber que a pior coisa que pode fazer é irritar o consumidor, seja ele mulher, homem ou criança. De qualquer forma, nós não temos uma declaração oficial a respeito desse assunto”. Essa foi a resposta da assessoria de imprensa do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), por telefone, à pergunta [...] referente a algumas peças publicitárias lançadas no Carnaval e no Dia Internacional da Mulher, rechaçadas nas redes sociais por serem consideradas machistas – algumas inclusive retiradas de circulação. [...] Das 18 denúncias de machismo em propaganda recebidas em 2014 [...], 17 foram arquivadas, e apenas uma, da cerveja Conti, que dizia em sua página do Facebook “tenho medo de ir no bar pedir uma rodada e o garçom trazer minha ex” terminou com um pedido de suspensão e advertência da agência que realizou a campanha.
(DIP, Andrea. Na publicidade, o machismo é a regra da casa. Matéria publicada em 22 de março de 2015. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/machismo-e-a-regra-da-casa-4866.html. Acesso em: 06 abr. 2015, às 18h00.)
A prefeitura de Roma declarou guerra à publicidade machista e começou a eliminar todos os cartazes sexistas espalhados pela cidade que divulgam a imagem de "mulher objeto" e que apresentam o corpo feminino de maneira ofensiva. [...] [Ignazio] Marino [prefeito de Roma] afirmou [...] que ‘’o corpo da mulher não poderá ser associado a imagens que o equiparem a um objeto de maneira sexista" e que os espaços da prefeitura "só serão vendidos a quem respeite as regras". Além de retirar imagens ofensivas e não ceder espaços públicos a anúncios machistas, o prefeito anunciou a criação, "antes do verão", de um organismo que avaliará se a publicidade se inscreve dentro das normas de "não discriminação" quanto à orientação sexual e identidade de gênero.
(ORAÁ, Maria Salas. Roma declara guerra à publicidade machista. Matéria publicada em 05 de abril de 2015. Disponível em: http://noticias.r7.com/economia/roma-declara-guerra-a-publicidade-machista-05042015. Acesso em: 06 abr. 2015, às 18h30.)
Tomando por base as informações, julgue os itens:
I. As propagandas de cerveja, mesmo não sendo as únicas a apresentatarem visões sexistas e machistas da mulher, têm sido as mais recorrentes neste tipo de publicidade.
II. Enquanto, no Brasil, o Conar nega a existência de padrões machistas ou preconceituosos na publicidade, em Roma, após o reconhecimento da existência desta prática, a prefeitura da cidade proibiu sua exibição em espaços públicos.
III. A manutenção de elementos machistas na publicidade brasileira tem co- mo uma das causas o fato dos canais de divulgação serem todos privados, ao contrário de Roma, onde a publicidade ocupa espaços concedidos pelo governo.
Está (ão) correto (s):