Questões de Vestibular Esamc 2018 para Vestibular - Primeiro Semestre

Foram encontradas 14 questões

Ano: 2018 Banca: Esamc Órgão: Esamc Prova: Esamc - 2018 - Esamc - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1390425 Português

Releia o excerto abaixo para a questão.


    No bojo das ações referentes aos cortes gigantescos no orçamento de C&T, [...] o comunicado da Capes sobre a possível interrupção do pagamento das bolsas de pesquisa, a partir de 2019, causou estremecimento na comunidade científica brasileira. Apesar disso, o que presenciamos tem sido pouco ou nenhum posicionamento da mídia tradicional, a qual, pelo contrário, tem atacado sobremaneira a comunidade científica brasileira.

Assinale a alternativa verdadeira sobre regência nominal:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: Esamc Órgão: Esamc Prova: Esamc - 2018 - Esamc - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1390426 Português

Releia o excerto abaixo para a questão.


    No bojo das ações referentes aos cortes gigantescos no orçamento de C&T, [...] o comunicado da Capes sobre a possível interrupção do pagamento das bolsas de pesquisa, a partir de 2019, causou estremecimento na comunidade científica brasileira. Apesar disso, o que presenciamos tem sido pouco ou nenhum posicionamento da mídia tradicional, a qual, pelo contrário, tem atacado sobremaneira a comunidade científica brasileira.

A expressão “Apesar disso” é um operador linguístico de valor:
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Ano: 2018 Banca: Esamc Órgão: Esamc Prova: Esamc - 2018 - Esamc - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1390427 Português

A asfixia da Ciência e Tecnologia brasileira

    Nos últimos dois anos o sistema brasileiro de ciência e tecnologia (C&T) tem sofrido ataques constantes. Um dos mais fortes foi, sem dúvida, a aprovação do projeto de emenda constitucional (PEC 241/55) que limita os gastos do governo para os próximos anos. Segundo economistas mais críticos, tal medida não trata de uma agenda de crescimento, mas de um projeto de longo prazo de desmonte do Estado de bem-estar social brasileiro. 

    As reduções orçamentárias para atuação tanto do Ministério da Educação (MEC) como do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTIC) podem ter efeitos de longo prazo desastrosos, ajudando a ampliar o hiato entre a nossa produção científica e a fronteira mundial. Justamente o contrário do que tem sido feito na China nos últimos anos. Enquanto em Terra Brasilis há cortes em C&T, a China investe pesadamente em atividades científicas e consegue dar saltos fantásticos, obviamente com ativa atuação do governo central.

    O sistema de C&T brasileiro foi forjado lentamente durante décadas com forte presença do Estado. Nos anos 1950 foram criados o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e na década seguinte a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), cada qual com sua missão. Tais órgãos ajudaram a dar as disposições institucionais do sistema brasileiro de C&T contemporâneo. Sistema este que apresenta sim muitas lacunas que dificultam a geração de sinergias e a ampliação das oportunidades inovativas domésticas, porém nenhum especialista em sã consciência recomendaria seu desmonte [...].

    No bojo das ações referentes aos cortes gigantescos no orçamento de C&T, no início de agosto, o comunicado da Capes sobre a possível interrupção do pagamento das bolsas de pesquisa, a partir de 2019, causou estremecimento na comunidade científica brasileira. Apesar disso, o que presenciamos tem sido pouco ou nenhum posicionamento da mídia tradicional, a qual, pelo contrário, tem atacado sobremaneira a comunidade científica brasileira.

    [...] Sabemos que não há “receita” para a superação do subdesenvolvimento, porém, a experiência histórica das estratégias desenvolvimentistas de muitas nações desde a primeira revolução industrial mostra que a C&T importa. Aliás, não só importa, mas é essencial para a ruptura do atraso. As conquistas científicas empurram a fronteira do conhecimento e ajudam a prover respostas e soluções para os desafios impostos pela sociedade, sejam estes econômicos, relacionados à saúde, bem-estar da população e ao meio-ambiente. A superação do subdesenvolvimento de diferentes nações demandou, portanto, investimentos pesados, sobretudos públicos, em pesquisa científica e tecnológica. Infelizmente, em Terra Brasilis, fala-se de C&T como algo secundário…

    Algo que pode ser facilmente substituído pela aquisição de máquinas, equipamentos e conhecimentos produzidos e enlatados no exterior.

(VIEIRA, Karina Pereira e CHIARINI, Tulio. A asfixia da Ciência e Tecnologia brasileira.

Publicado em 10 ago. 2018. Disponível em: https://diplomatique.org.br/ a-asfixia-da-ciencia-e-tecnologia-brasileira/. Acesso em: 19 ago. 2018.)

“Terra Brasilis” é o nome dado por Pedro Reinel e Lopo Homem, em 1519, ao primeiro mapa do Brasil, desenhado por este último. No texto “A asfixia da Ciência e Tecnologia brasileira”, o termo reforça:
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Ano: 2018 Banca: Esamc Órgão: Esamc Prova: Esamc - 2018 - Esamc - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1390428 Português

O Escândalo do Petróleo

    O petróleo está hoje praticamente monopolizado por dois imensos trustes, a Standard Oil e a Royal Dutch & Shell. Como dominaram o petróleo, dominaram também as finanças, os bancos, o mercado do dinheiro: e como dominaram o dinheiro, dominaram também os governos e as máquinas administrativas. Essa rede de dominação constitui o que neste livro chamamos os Interesses Ocultos.

    O Brasil, com o seu imenso território em tantos pontos marcado de indícios de petróleo, constituía um perigo para esses trustes. Gustav Grossman, um geólogo que estudou secretamente as nossas possibilidades petrolíferas, escreveu na conclusão dum seu relatório reservado, feito por conta e uso dum desses trustes: Dada a sua área, a quantidade de petróleo do Brasil talvez seja maior que a de qualquer outro país do mundo.

    Ora, se era assim, o negócio dos trustes tinha de ser acaparar terras potencialmente petrolíferas do Brasil e também catequizá-lo, convencê-lo de que em seus oito milhões e meio de quilômetros quadrados haverá tudo, menos petróleo.

    Esses trustes nos conhecem. Sabem que o brasileiro é uma espécie de criança tonta, que realmente se interessa por jogo, farra, carnavais e anedotas fesceninas. Sabem que o Brasil não dá a mínima importância ao estudo, [...]. 

    Os trustes sabem de tudo e sorriem lá entre si. Sabem que a partir de 1930 o brasileiro cada vez menos se utiliza do cérebro para pensar, como fazem todos os povos. Sabem que os nossos estadistas dos últimos tempos positivamente pensam com outros órgãos que não o cérebro: com o calcanhar, com o cotovelo, com certos penduricalhos, raramente com os miolos. Daí o desmantelo cada vez maior da administração pública; daí a bancarrota, a miséria horrível do povo. A miséria é tanta em certas zonas que a grande massa da população rural já está perdendo a forma humana. Há povoados inteiros de papudos e nos fundões de Goiás surgem as primeiras criaturas de rabo. Involução darwínica. [...]

    Ao mesmo tempo, graças a uma hábil propaganda feita nas estradas de rodagem por meio das bombas gasoline, convenceriam o indígena bocó de que era absurdo existir petróleo no Brasil, porque “Ora! Ora! Então se aqui existisse petróleo pensa você que os americanos já não o tinham tirado?”

    Para gente que pensa com outras partes do corpo que não o cérebro, argumentos dessa ordem valem ouro. Matam a questão. E quarenta milhões de criaturas passaram a repetir como papagaios os argumentos “estandardizados” que as bombas de gasolina forneciam de lambuja a cada comprador de essência.

    Não era bastante. Tornava-se necessário meter ciência no meio. Organizar cientificamente o não-petróleo. Ora, o brasileiro tem uma concepção muito curiosa de ciência. Ciência é o que ele não entende. Se entende é besteira, não é ciência da legítima.

(LOBATO, Monteiro. O Escândalo do Petróleo.

São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1936. P.10-11)

Segundo o texto de Monteiro Lobato, os trustes americanos:
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Ano: 2018 Banca: Esamc Órgão: Esamc Prova: Esamc - 2018 - Esamc - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1390429 Português

O Escândalo do Petróleo

    O petróleo está hoje praticamente monopolizado por dois imensos trustes, a Standard Oil e a Royal Dutch & Shell. Como dominaram o petróleo, dominaram também as finanças, os bancos, o mercado do dinheiro: e como dominaram o dinheiro, dominaram também os governos e as máquinas administrativas. Essa rede de dominação constitui o que neste livro chamamos os Interesses Ocultos.

    O Brasil, com o seu imenso território em tantos pontos marcado de indícios de petróleo, constituía um perigo para esses trustes. Gustav Grossman, um geólogo que estudou secretamente as nossas possibilidades petrolíferas, escreveu na conclusão dum seu relatório reservado, feito por conta e uso dum desses trustes: Dada a sua área, a quantidade de petróleo do Brasil talvez seja maior que a de qualquer outro país do mundo.

    Ora, se era assim, o negócio dos trustes tinha de ser acaparar terras potencialmente petrolíferas do Brasil e também catequizá-lo, convencê-lo de que em seus oito milhões e meio de quilômetros quadrados haverá tudo, menos petróleo.

    Esses trustes nos conhecem. Sabem que o brasileiro é uma espécie de criança tonta, que realmente se interessa por jogo, farra, carnavais e anedotas fesceninas. Sabem que o Brasil não dá a mínima importância ao estudo, [...]. 

    Os trustes sabem de tudo e sorriem lá entre si. Sabem que a partir de 1930 o brasileiro cada vez menos se utiliza do cérebro para pensar, como fazem todos os povos. Sabem que os nossos estadistas dos últimos tempos positivamente pensam com outros órgãos que não o cérebro: com o calcanhar, com o cotovelo, com certos penduricalhos, raramente com os miolos. Daí o desmantelo cada vez maior da administração pública; daí a bancarrota, a miséria horrível do povo. A miséria é tanta em certas zonas que a grande massa da população rural já está perdendo a forma humana. Há povoados inteiros de papudos e nos fundões de Goiás surgem as primeiras criaturas de rabo. Involução darwínica. [...]

    Ao mesmo tempo, graças a uma hábil propaganda feita nas estradas de rodagem por meio das bombas gasoline, convenceriam o indígena bocó de que era absurdo existir petróleo no Brasil, porque “Ora! Ora! Então se aqui existisse petróleo pensa você que os americanos já não o tinham tirado?”

    Para gente que pensa com outras partes do corpo que não o cérebro, argumentos dessa ordem valem ouro. Matam a questão. E quarenta milhões de criaturas passaram a repetir como papagaios os argumentos “estandardizados” que as bombas de gasolina forneciam de lambuja a cada comprador de essência.

    Não era bastante. Tornava-se necessário meter ciência no meio. Organizar cientificamente o não-petróleo. Ora, o brasileiro tem uma concepção muito curiosa de ciência. Ciência é o que ele não entende. Se entende é besteira, não é ciência da legítima.

(LOBATO, Monteiro. O Escândalo do Petróleo.

São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1936. P.10-11)

Assinale a alternativa cujo trecho de “O Escândalo do Petróleo”, em 1936, já antecipava parte da relação do Brasil com C&T, explicada em “A asfixia da Ciência e Tecnologia brasileira”:
Alternativas
Respostas
6: B
7: D
8: A
9: E
10: A