Questões de Vestibular FAG 2018 para Vestibular, Segundo Semestre - Medicina
Foram encontradas 48 questões
Ano: 2018
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Prova:
FAG - 2018 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina |
Q1373187
Português
Texto associado
Texto 1
O que vou dizer é um paradoxo: uma boa razão para o Brasil encarar com otimismo o futuro
difícil que se desenha a sua frente para os próximos anos é o fantástico grau de desperdício que
caracterizou o desenvolvimento do país. Se o Brasil aprender a evitar esse desperdício, nenhum grande
milagre surgirá daí, mas estará sendo acionado um potencial de crescimento com baixo investimento.
Não falo só de coisas como jogar fora o liquidificador que poderia ser consertado ou de
aposentar um automóvel que ainda teria vida útil pela frente. Falo de coisas mais graves, de um tipo de
desperdício menos visível, embutido em vários aspectos do cotidiano brasileiro. Vamos a alguns casos
ilustrativos. Uma cidade como São Paulo, por exemplo, tem 42% de seus terrenos vazios e metade
deles com área superior a 5.000 metros quadrados. Se uma porção reduzida desses terrenos — digamos,
10% deles — fosse utilizada para a plantação de hortas, teríamos algo em torno de 100.000 hortas
familiares produzindo para a cidade e dando ocupação e comida a muita gente.
Quando se fala do aproveitamento do lixo — outro assunto que merece atenção —, apela-se
com frequência para uma visão sofisticada do que deva ser essa operação. Ora, o lixo é valioso, mas
deve ser encarado com modéstia. Além de servir para nivelar terrenos erodidos, criando solo para a
construção de moradias populares pelas próprias pessoas que vão habitá-las, ele pode ser transformado
em adubo ou ainda gerar gás para movimentar ônibus.
O brasileiro que vive no Sul come papaias da Amazônia e os moradores de Belém consomem
alface do Sul. Gasta-se uma enormidade de energia no transporte desses produtos. Pergunto: por que
não dar um jeito de plantar perto dos centros consumidores e com isso reforçar as economias locais,
aproveitando o potencial latente de terras e mão-de-obra?
E o que dizer do desperdício de combustível pelos veículos que circulam nas estradas do país?
Todo motorista sabe que um carro bem regulado permite uma economia de 5% a 10% de combustível.
Pois bem, um cálculo simples mostra que seria possível economizar 10.000 barris de óleo diesel por
dia, no Brasil, com a simples manutenção correta dos motores dos caminhões e ônibus. Isso equivaleria
a mais de 300.000 salários mínimos economizados mensalmente e a um aumento correspondente de
vagas para trabalhadores em oficinas mecânicas, sem falar na economia de divisas.
Coordeno um programa de estudos para a Universidade das Nações Unidas, com
sede em Tóquio, que procura criar alternativas de desenvolvimento a partir de dois fatores
fundamentais, o alimento e a energia. As crises alimentar e energética não apenas se conjugam como,
infelizmente, se reforçam, já que energia cara significa sempre comida mais cara.
O problema do desperdício, é bom notar, apresenta-se em todo o mundo, mas com
configurações diferentes e possíveis soluções também diferentes. Entre os vários tipos de desperdício,
o mais gritante é certamente o gasto de 970 bilhões de dólares por ano no mundo com armamentos.
Isso significa que se queima quase dez vezes o valor de toda a dívida externa brasileira, a cada ano,
com instrumentos de destruição.
Argumentando-se com o texto 1, é CORRETO afirmar:
Ano: 2018
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Prova:
FAG - 2018 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina |
Q1373188
Português
Texto associado
Texto 1
O que vou dizer é um paradoxo: uma boa razão para o Brasil encarar com otimismo o futuro
difícil que se desenha a sua frente para os próximos anos é o fantástico grau de desperdício que
caracterizou o desenvolvimento do país. Se o Brasil aprender a evitar esse desperdício, nenhum grande
milagre surgirá daí, mas estará sendo acionado um potencial de crescimento com baixo investimento.
Não falo só de coisas como jogar fora o liquidificador que poderia ser consertado ou de
aposentar um automóvel que ainda teria vida útil pela frente. Falo de coisas mais graves, de um tipo de
desperdício menos visível, embutido em vários aspectos do cotidiano brasileiro. Vamos a alguns casos
ilustrativos. Uma cidade como São Paulo, por exemplo, tem 42% de seus terrenos vazios e metade
deles com área superior a 5.000 metros quadrados. Se uma porção reduzida desses terrenos — digamos,
10% deles — fosse utilizada para a plantação de hortas, teríamos algo em torno de 100.000 hortas
familiares produzindo para a cidade e dando ocupação e comida a muita gente.
Quando se fala do aproveitamento do lixo — outro assunto que merece atenção —, apela-se
com frequência para uma visão sofisticada do que deva ser essa operação. Ora, o lixo é valioso, mas
deve ser encarado com modéstia. Além de servir para nivelar terrenos erodidos, criando solo para a
construção de moradias populares pelas próprias pessoas que vão habitá-las, ele pode ser transformado
em adubo ou ainda gerar gás para movimentar ônibus.
O brasileiro que vive no Sul come papaias da Amazônia e os moradores de Belém consomem
alface do Sul. Gasta-se uma enormidade de energia no transporte desses produtos. Pergunto: por que
não dar um jeito de plantar perto dos centros consumidores e com isso reforçar as economias locais,
aproveitando o potencial latente de terras e mão-de-obra?
E o que dizer do desperdício de combustível pelos veículos que circulam nas estradas do país?
Todo motorista sabe que um carro bem regulado permite uma economia de 5% a 10% de combustível.
Pois bem, um cálculo simples mostra que seria possível economizar 10.000 barris de óleo diesel por
dia, no Brasil, com a simples manutenção correta dos motores dos caminhões e ônibus. Isso equivaleria
a mais de 300.000 salários mínimos economizados mensalmente e a um aumento correspondente de
vagas para trabalhadores em oficinas mecânicas, sem falar na economia de divisas.
Coordeno um programa de estudos para a Universidade das Nações Unidas, com
sede em Tóquio, que procura criar alternativas de desenvolvimento a partir de dois fatores
fundamentais, o alimento e a energia. As crises alimentar e energética não apenas se conjugam como,
infelizmente, se reforçam, já que energia cara significa sempre comida mais cara.
O problema do desperdício, é bom notar, apresenta-se em todo o mundo, mas com
configurações diferentes e possíveis soluções também diferentes. Entre os vários tipos de desperdício,
o mais gritante é certamente o gasto de 970 bilhões de dólares por ano no mundo com armamentos.
Isso significa que se queima quase dez vezes o valor de toda a dívida externa brasileira, a cada ano,
com instrumentos de destruição.
Identifique com V as afirmativas corretas de acordo com o texto 1, e com F, as falsas.
1.( ) Desperdício de divisas é, para o Brasil, sinônimo de vencer dificuldades. 2. ( ) O barateamento dos alimentos está diretamente ligado à economia de energia. 3. ( ) Quanto mais se produzem alimentos, maior necessidade se tem de gastar. 4. ( ) Só o controle do desperdício livrará o Brasil de dificuldades. 5. ( ) Paradoxalmente, o desperdício fará do Brasil um país superior.
A alternativa que contém a sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
1.( ) Desperdício de divisas é, para o Brasil, sinônimo de vencer dificuldades. 2. ( ) O barateamento dos alimentos está diretamente ligado à economia de energia. 3. ( ) Quanto mais se produzem alimentos, maior necessidade se tem de gastar. 4. ( ) Só o controle do desperdício livrará o Brasil de dificuldades. 5. ( ) Paradoxalmente, o desperdício fará do Brasil um país superior.
A alternativa que contém a sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
Ano: 2018
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Prova:
FAG - 2018 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina |
Q1373189
Português
Texto associado
Texto 2
Uma visão realista do papel da informação e do conhecimento nos atuais processos produtivos
leva a crer que nem uma nem outro conduzem necessariamente à igualdade social. Isso implica
considerar que as novas tecnologias da informação, embora representem avanços em diversas áreas,
também conduzem a formas inéditas de exclusão social.
Percebe-se, de um lado, o avanço da tecnologia, o desenvolvimento de recursos cada vez mais
sofisticados.
De outro lado, mais uma forma de disparidade social: a exclusão da sociedade do conhecimento,
caracterizada pela distância entre os que dominam as novas tecnologias e aqueles que mal as
compreendem ou até as desconhecem nas mais diferentes regiões do planeta.
Os países também vivem de forma desigual o ingresso na sociedade do conhecimento. Exemplo
mais evidente disso é a chamada rede mundial de computadores, a internet, que conseguiu
interconectar, em poucos anos, milhões de pessoas nos lugares mais remotos do mundo. Contudo o
acesso à rede é desigualmente distribuído: 75% dos usuários vivem nos países industrializados (14%
da população mundial). Outra disparidade está no interior dos países: a maioria dos usuários da rede
vive em zonas urbanas, possuem melhor escolaridade e condição socioeconômica, são jovens e a
maior parte é do sexo masculino.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contou mais de 32 milhões
de usuários da internet.
A maioria desses usuários é do sexo masculino, tem média de idade de 28 anos, 10,7 de estudo
e rendimento médio mensal familiar per capita de 1 milhão.
O perfil de quem não utiliza a rede de computadores - ou seja, não navega na internet - é
claramente distinto: mais de 37 anos de idade, entre 5 e 6 anos de tempo de estudo e rendimento
médio mensal de R$ 300.
Investir em educação - sobretudo no ensino de ciências desde o nível fundamental - está no
ponto de partida para reverter a situação de quase letargia em que a América Latina se encontra se
comparada aos países mais desenvolvidos, científica e tecnologicamente, de outras regiões do planeta.
No âmbito da tecnologia, há, em todo o globo, iniciativas voltadas para a redução da crescente
lacuna digital, como o desenvolvimento de software (programa) livre e de computadores de baixo
custo.
A revolução tecnológica, porém, não pode ser reduzida à mera incorporação ou ao acúmulo de maior
número de máquinas e sistemas de informação e comunicação.
A inovação deve ter caráter social (sustentada com políticas educativas e de desenvolvimento
social).
Somente a educação garantirá que as novas tecnologias da informação e da comunicação
promovam qualidade de vida ao maior número possível de cidadãos.
Jorge Werthdn
O texto 2 defende a ideia de que:
Ano: 2018
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Prova:
FAG - 2018 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina |
Q1373190
Português
Texto associado
Texto 2
Uma visão realista do papel da informação e do conhecimento nos atuais processos produtivos
leva a crer que nem uma nem outro conduzem necessariamente à igualdade social. Isso implica
considerar que as novas tecnologias da informação, embora representem avanços em diversas áreas,
também conduzem a formas inéditas de exclusão social.
Percebe-se, de um lado, o avanço da tecnologia, o desenvolvimento de recursos cada vez mais
sofisticados.
De outro lado, mais uma forma de disparidade social: a exclusão da sociedade do conhecimento,
caracterizada pela distância entre os que dominam as novas tecnologias e aqueles que mal as
compreendem ou até as desconhecem nas mais diferentes regiões do planeta.
Os países também vivem de forma desigual o ingresso na sociedade do conhecimento. Exemplo
mais evidente disso é a chamada rede mundial de computadores, a internet, que conseguiu
interconectar, em poucos anos, milhões de pessoas nos lugares mais remotos do mundo. Contudo o
acesso à rede é desigualmente distribuído: 75% dos usuários vivem nos países industrializados (14%
da população mundial). Outra disparidade está no interior dos países: a maioria dos usuários da rede
vive em zonas urbanas, possuem melhor escolaridade e condição socioeconômica, são jovens e a
maior parte é do sexo masculino.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contou mais de 32 milhões
de usuários da internet.
A maioria desses usuários é do sexo masculino, tem média de idade de 28 anos, 10,7 de estudo
e rendimento médio mensal familiar per capita de 1 milhão.
O perfil de quem não utiliza a rede de computadores - ou seja, não navega na internet - é
claramente distinto: mais de 37 anos de idade, entre 5 e 6 anos de tempo de estudo e rendimento
médio mensal de R$ 300.
Investir em educação - sobretudo no ensino de ciências desde o nível fundamental - está no
ponto de partida para reverter a situação de quase letargia em que a América Latina se encontra se
comparada aos países mais desenvolvidos, científica e tecnologicamente, de outras regiões do planeta.
No âmbito da tecnologia, há, em todo o globo, iniciativas voltadas para a redução da crescente
lacuna digital, como o desenvolvimento de software (programa) livre e de computadores de baixo
custo.
A revolução tecnológica, porém, não pode ser reduzida à mera incorporação ou ao acúmulo de maior
número de máquinas e sistemas de informação e comunicação.
A inovação deve ter caráter social (sustentada com políticas educativas e de desenvolvimento
social).
Somente a educação garantirá que as novas tecnologias da informação e da comunicação
promovam qualidade de vida ao maior número possível de cidadãos.
Jorge Werthdn
Sobre o texto 2, uma das afirmações abaixo NÃO encontra respaldo no texto:
Ano: 2018
Banca:
FAG
Órgão:
FAG
Prova:
FAG - 2018 - FAG - Vestibular - Segundo Semestre - Medicina |
Q1373191
Português
Texto associado
Texto 3
Ler pensamentos já é possível
Pense em um objeto. Vale qualquer coisa mesmo, e nem precisa ser bem um objeto. Pode ser uma emoção,
uma pessoa, um lugar. Agora, vamos tentar adivinhar o que é fazendo algumas perguntas e você só pode responder
“sim” ou “não”. É possível que você já conheça essa brincadeira. Nos EUA, esse jogo leva o nome “20 questions”,
porque quem tenta adivinhar o pensamento do outro só pode fazer 20 perguntas.
Num estudo recente da Universidade de Washington, 10 pessoas foram convidadas a jogar. Os cinco pares
chegaram às respostas certas 72% das vezes. A novidade é que os participantes não trocaram uma palavra sequer.
Aliás, eles nem mesmo estavam na mesma sala. O que aconteceu foi um caso bem-sucedido de transmissão de
pensamento. Em outras palavras, os participantes conseguiram ler o pensamento uns dos outros.
Não é a primeira vez que tentam algo do tipo em laboratório. Mas, dessa vez, a ciência foi além. A
experiência funcionou assim: os voluntários foram divididos em duas categorias: os “respondedores” e os
“perguntadores”. Os respondedores usavam um capacete conectado com um eletroencefalógrafo, um instrumento
que registra e grava as atividades cerebrais. Eles ficavam de frente para uma tela que mostrava objetos. Aí, era só
eles escolherem um e aguardar as perguntas.
Num outro laboratório, os perguntadores usavam um capacete equipado com uma bobina magnética e
podiam escolher o que questionar, a partir de um banco de perguntas previamente estabelecido.
Quando os respondentes recebiam as perguntas via computador, tinham que olhar para uma das duas luzes
piscantes que ficavam ao lado da sua tela. Olhar para a da direita queria dizer “sim”. Olhar para a da esquerda era o
mesmo que responder “não”. É aí que a mágica da ciência aconteceu. As luzes tinham frequências diferentes.
Quando o respondente olha fixamente para o “sim”, o seu capacete cerebral registra essa atividade e envia para o
perguntador. O mecanismo magnético do capacete do perguntador faz com que apareça um flash de
luz em seus olhos. Resumindo: se aparecesse uma luz nos olhos do perguntador, significava que o cara do outro
lado da cidade tinha respondido “sim” para a sua pergunta. Transmissão de pensamento de verdade.
Se o seu lado stalker já ficou animado, acalme-se. O pessoal da Universidade de Washington deixou claro
que o objetivo da coisa toda é bem mais nobre do que simplesmente sair por aí lendo o pensamento alheio. Assim
que as pesquisas na área evoluírem, pode ser possível, por exemplo, transferir informações de um cérebro saudável
para um que tenha algum tipo de problema, como o de uma pessoa com transtorno do déficit de atenção com
hiperatividade.
Otavio Cohen - https://super.abril.com.br/ideias/ler-pensamentos-ja-e-possivel/
O propósito do texto 3 é: