Questões de Vestibular MEC 2022 para Tecnologia em Design Gráfico

Em 2001, os Estados Unidos jogaram explosivos de fragmentação em território afegão, na guerra contra o Talibã. Uma a cada dez unidades não explodiu, tornando-se uma ameaça às pessoas que viviam na região. Ao mesmo tempo, eles também jogaram alimento, ração humanitária diária (HDR), com embalagens da mesma cor e com a mesma tipografia usada nas bombas. Percebendo o equívoco, em novembro do mesmo ano, o governo estadunidense mudou a cor das refeições para rosa. Para explicar a diferença, foram utilizados panfletos, mas, antes disso, mais de um milhão de HDR já haviam sido jogadas.
PATER, R. Políticas do Design. São Paulo: Ubu, 2020 (adaptado).





Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir.
I. Os processos sensoriais existentes na boa relação de usabilidade entre público-alvo e produto decorrem da importante consideração de informações e relações associativas das cores e tipografias com o contexto ao qual o produto se destina.
II. O desenvolvimento de um produto requer estudo quanto aos elementos gráfico-visuais que serão utilizados em sua composição, considerando as associações culturais e sociais com a região em que vive seu público-alvo.
III. No desenvolvimento de um material gráfico que se pauta em um problema social, as informações que nortearão o seu processo metodológico deverão ser orientadas principalmente por conhecimentos técnicos da área do design gráfico.

É correto o que se afirma em

Imitação. É esse o significado do termo “meme”, que teve origem na língua grega. Usuários da internet se apropriaram do vocábulo para dar nome a vídeos, imagens, frases, ideias, bordões e músicas que são copiados e compartilhados em escala, de modo rápido e sucessivo, “viralizando”. O “meme” geralmente tem como finalidade fazer humor, divulgando um acontecimento que seja comum ou relevante, além de satirizar alguém, explorando questões sociais ou políticas, até mesmo servindo de campanha de marketing para marcas.
Disponível em: https://canaltech.com.br/legislacao/o-impacto-dos-memes-no-direito-de-imagem/. Acesso em: 06 jul. 2022 (adaptado).




Para divulgar os seus serviços como designer em suas redes sociais, um profissional criou uma campanha de marketing composta por uma série de memes com fotos de pessoas famosas, inclusive o meme da “Nazaré Confusa”, feito com uma série de fotografias da atriz brasileira Renata Sorrah. Seu objetivo é demonstrar suas habilidades e sua criatividade como designer, elaborando um conteúdo humorístico leve, com muita qualidade gráfica, usando a maior parte das características dos memes que normalmente “viralizam” nas redes sociais, a fim de que o maior número de pessoas possa conhecê-lo e se interessar em compartilhar o seu trabalho, gerando divulgação espontânea e novos contratos de trabalho.
Considerando as informações apresentadas no texto e na imagem, juntamente com o seu conhecimento sobre direito de uso de imagem, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. Por ser uma imagem de pessoa pública, poderá ser feito o uso do meme “Nazaré confusa” sem causar dano ao direito de uso de imagem da atriz brasileira Renata Sorrah, já que é possível a relativização da proteção ao direito de imagem quando ela é informativa, como é o caso da campanha de marketing proposta na questão.
PORQUE
II. O direito à liberdade de expressão, expresso na Constituição Federal, dispõe que são livres a manifestação do pensamento e a expressão da atividade de comunicação, portanto, usar imagens de pessoas públicas, já amplamente divulgadas em redes sociais, nos memes da sua campanha de marketing não ocasiona problema no que dizrespeito àsleis que regem o direito de uso de imagem.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

Os estudos de gênero mostram as facetas das desigualdades — econômicas, políticas, sociais e culturais — e trazem diversas questões importantes a serem observadas, deixando evidente a necessidade de rever os paradigmas a respeito dos papéis sociais de cada gênero e das noções de feminilidades e masculinidades.
Disponível em: https://revistaestudos.br. Acesso em: 13 jul. 2022 (adaptado).

Nesse contexto, algumas vezes, o design tem se baseado em conceitos sexistas, desenvolvendo peças que reproduzem desigualdades e estereótipos. Um exemplo disso pode ser percebido nas embalagens de lâminas de barbear e de depilação, conforme pode ser observado nas imagens a seguir.




Na embalagem da lâmina feminina chamada Venus (Imagem 1), as cores disponíveis são azul claro e passion pink (rosa paixão); a tipografia do nome é curva, sem serifa e as formas remetem a uma concha. Na imagem da lâmina masculina Mach3 Turbo (Imagem 2), as cores variam entre tons de cinza, preto e azul escuro, e a tipografia é itálica e sem serifa.

Essas diferenças aparentemente simples demonstram como dois produtos com funções iguais, por meio do design, definem diferentes identidades de gênero.
A respeito do texto e das imagens apresentados, avalie as afirmações a seguir.
I. As associações entre cores e gênero podem mudar conforme a cultura e a época — visto que a cor rosa, por exemplo, já foi associada ao masculino —, ainda assim, sabe-se que o design pode usar cores para diferenciar por gênero produtos funcionalmente similares.
II. A escolha do nome dos produtos citados também reforça estereótipos, ao associar o gênero feminino à beleza e à sensibilidade, com as palavras Venus (nome da deusa da beleza e do amor na mitologia romana) e Sensitive, e o masculino à força e à objetividade, com o termo Mach Turbo (referência a tecnologia, velocidade e potência).
III. O formato das embalagens, tipografias e elementos geométricos de design escolhidos colocam em oposição binária símbolos comumente associados a feminilidades e masculinidades: curvas delicadas e suaves em um produto, e retângulos, linhas retas e contrastes em outro.

É correto o que se afirma em

TEXTO 1
A área de branding, por meio da qual as empresas alcançam o mais alto nível de interação com os consumidores, surgiu como a parte mais influente da estratégia de marketing sustentável. Os consumidores fiéis são a força motriz das marcas e podem ser vistos como um dos seus maiores ativos, pois estão dispostos a adotar e defender a filosofia das marcas favoritas, podendo ser impulsionados para tornarem-se um grupo de consumidores ambientalmente conscientes e atrair outros consumidores com os mesmos interesses. Na essência dessa ideia, está a busca por um crescimento sustentável da marca (inclusive economicamente), isto é, o aumento do seu valor, fomentado por clientes leais que incentivam outros clientes a se tornarem usuários e, eventualmente, também leais a ela.
GRUBOR, A.; MILOVANOV, O. Brand Strategies in the Era of Sustainability. Interdisciplinary Description of Complex Systems, n.15, v.1, p. 78-88, 2017 (adaptado).

TEXTO 2
Para a Natura, a maior empresa de cosméticos do Brasil, ter os princípios que a norteiam representados em seu branding é tão importante quanto basear sua proposta de valor na sustentabilidade. Assim, a empresa mudou sua identidade visual no começo dos anos 2000, depois de realizar uma pesquisa com clientes e consultoras para saber o conceito que tinham da empresa. Os resultados apontaram que a marca, além de não refletir uma companhia inovadora, passava a imagem de uma instituição tradicional e estagnada.
Com os resultados iniciais em mãos, a diretoria da empresa decidiu fazer um reposicionamento da marca, com um redesign que transmitisse modernidade, leveza, criatividade e simplicidade. Assim, a flor apoiada no “T” da palavra Natura da identidade antiga cedeu lugar para uma folha de cores quentes, que parecia flutuar sobre o nome da empresa na nova logo, transmitindo uma sensação de movimento, bem-estar e harmonia, como pode ser visto na comparação das duas marcas a seguir.




O reposicionamento e redesign da marca foi acertado, visto que, em 2018, a Natura foi escolhida pelo 14º ano consecutivo para compor o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da bolsa de valores de São Paulo.
Disponível em: https://casestudies.insightnet.com.br/natura-reposicionamento-da-marca-para-reforcar-valores-e-atributos/. Acesso em: 3 jun. 2022 (adaptado).

Considerando as informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. O exemplo da reformulação da assinatura visual da Natura, aliada ao branding, demonstra a aplicação da estratégia chamada de greenwashing (“lavagem verde” ou “maquiagem verde”, em tradução livre) que, resumidamente, pode ser definida como a promoção de uma imagem ecológica positiva sem que as atitudes ecologicamente corretas da marca ou empresa sejam reais.
PORQUE
II. Adoção de uma visão de design gráfico voltada para a sustentabilidade exige pensar estratégias de comunicação para, principalmente, transmitir mensagens que possam causar impactos positivos nas empresas e seus clientes.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

Ao grupo formado por fontes tipográficas criadas em conjunto e desenhadas a partir dos mesmos parâmetros gráficos e conceitos estéticos denominamos família tipográfica, que pode ser classificada e agrupada com outras de semelhantes características e temática.
As famílias tipográficas “Times” e “Helvética”, por exemplo, apresentam-se formalmente distintas entre si, mas podem ser empregadas em diversas áreas projetuais do design gráfico: sistemas de identidade visual, embalagens, produtos editoriais impressos, sinalização gráfico-ambiental, interfaces digitais, entre outras.
No contexto das famílias tipográficas, avalie as afirmações a seguir.
I. As fontes sem serifa são mais adequadas para a configuração de grandes massas de texto, por facilitar o fluxo de leitura de textos longos impressos.
II. As fontes manuscritas foram desenvolvidas com o objetivo de provocar certa particularização, visto que são embasadas na escrita e na caligrafia do cotidiano.
III. O designer deve observar, nas tipografias institucionais, se as famílias tipográficas escolhidas possuem variações adequadas às diversas aplicações possíveis em um sistema de identidade visual.

É correto o que se afirma em