Questões de Vestibular UECE 2021 para Prova de Conhecimentos Gerais

A disseminação do Novo Corona Vírus tem demonstrado um recrudescimento naqueles países onde oficialmente é maior o porcentual de população habitando em áreas rurais, pois trata-se de uma doença viral altamente transmissível, que provavelmente surgiu em área rural.

O Novo Corona Vírus, ao revelar-se epidemicamente variável em função de características sociodemográficas e regionais, demonstra ser uma doença regionalizada, endêmica, e pouco suscetível à disseminação em redes urbanas, pois a regionalização da ocupação territorial não assume uma feição reticular na contemporaneidade.

A pandemia revelou sua faceta geográfica ao disseminar-se em escala global de acordo com a intensidade dos fluxos e da concentração e densidade demográficas nos países onde manifestou-se mais agudamente, demonstrando a importância de esforços regionais, nacionais e globais articulados para o seu enfrentamento.

A globalização perdeu seu potencial explicativo de como uma doença, que surgiu possivelmente no interior da China, disseminou-se rapidamente por praticamente todo o mundo, ultrapassando fronteiras nacionais e continentais.

Passados 28 anos, a Teoria do Choque de Civilizações, proposta pelo cientista político Samuel Huntington, em 1993, ainda se revela extremamente atual, na medida em que os conflitos contemporâneos são choques predominantemente intercivilizacionais, perdendo em significado político-ideológico, econômico e geoestratégico.

Logo após o término da Guerra Fria, os conflitos regionais e as guerras aumentaram em frequência, porém declinaram lenta e gradualmente, se comparados àquele período. No entanto, permanece como questão entreaberta se certa proporção de conflitos existentes atualmente pode ser atribuída aos choques culturais entre civilizações.

Religião, princípios e valores morais-ideológicos e diferenças culturais estão na raiz explicativa da maior parte dos conflitos regionais e globais, relegando ao segundo plano interesses geoeconômicos e geoestratégicos.

As diferenças culturais e religiosas têm imprimido cada vez mais um teor civilizacional aos conflitos contemporâneos e, em futuro muito próximo, seguramente extrapolarão em um conflito global entre dois grandes blocos civilizacionais: o Ocidente e o Oriente.