Questões ENEM de Literatura

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Q1983402 Literatura
    A senhora manifestava-se por atos, por gestos, e sobretudo por um certo silêncio, que amargava, que esfolava. Porém desmoralizar escancaradamente o marido, não era com ela.[..]
    As negras receberam ordem para meter no serviço a gente do tal compadre Silveira as cunhadas, ao fuso: os cunhados, ao campo, tratar do gado com os vaqueiros; a mulher e as irmãs, que se ocupassem da ninhada. Margarida não tivera filhos, e como os desejasse com a força de suas vontades tratava sempre bem aos pequenitos  às mães que os estava criando. Não era isso. uma sentimentalidade cristã, uma ternura, era o egoísta e cru instinto da maternidade, obrando por mera simpatia carnal. Quanto ao pai do lote (refere-se ao Antônio) esse que fosse ajudar ao vaqueiro das bestas.
    Ordens dadas, o Quinquim referendava. Cada um moralizava o outro, para moralizar-se. 
PAIVA, M. O. Dona Guidinha do Poço. Rio de Janeiro, Tecnoprint, s/d.
No trecho do romance naturalista, a forma como o narrador julga comportamentos e emoções das personagens femininas revele influência do pensamento. 
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Q1983393 Literatura
A escrava
    — Admira-me —, disse uma senhora de sentimentos sinceramente abolicionistas —; faz-me até pasmar como se possa sentir, e expressar sentimentos escravocratas, no presente século, no século dezenove!  A moral religiosa e a moral cívica aí se erguem, e falam bem alto esmagando a hidra que envenena a família no mais sagrado santuário seu, e desmoraliza, e avilta a nação inteira! Levantai os olhos ao Gólgota, ou percorrei-os em torno da sociedade, e dizei-me:
    — Para que se deu em sacrifício o Homem Deus, que ali exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não é verdade que seu sangue era o resgate do homem! É então uma mentira abominável ter esse sangue comprado a liberdade!? E depois, olhai a sociedade... Não vedes o abutre que a corrói constantemente!... Não sentis a desmoralização que a enerva, o cancro que a destrói?
    Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e será sempre um grande mal. Dela a decadência do comércio; porque o comércio e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer a lavoura: porque o seu trabalho é forçado.
REIS, M. F. Úrsula outras obras, Brasília: Câmara dos Deputados, 2018
Inscrito na estética romântica da literatura brasileira, o conto descortina aspectos da realidade nacional no século XIX ao
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Q1853173 Literatura

O pavão vermelho


        Ora, a alegria, este pavão vermelho,

        está morando em meu quintal agora.

        Vem pousar como um sol em meu joelho

        quando é estridente em meu quintal a aurora.


        Clarim de lacre, este pavão vermelho

        sobrepuja os pavões que estão lá fora.

        É uma festa de púrpura. E o assemelho

        a uma chama do lábaro da aurora.


        É o próprio doge a se mirar no espelho.

        E a cor vermelha chega a ser sonora

        neste pavão pomposo e de chavelho.


        Pavões lilases possuí outrora.

        Depois que amei este pavão vermelho,

        os meus outros pavões foram-se embora.


COSTA, S. Poesia completa: Sosígenes Costa. Salvador: Conselho Estadual de Cultura, 2001.


Na construção do soneto, as cores representam um recurso poético que configura uma imagem com a qual o eu lírico

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Q1689068 Literatura

Leito de folhas verdes


Brilha a lua no céu, brilham estrelas,

Correm perfumes no correr da brisa,

A cujo influxo mágico respira-se

Um quebranto de amor, melhor que a vida!


A flor que desabrocha ao romper d’alva

Um só giro do sol, não mais, vegeta:

Eu sou aquela flor que espero ainda

Doce raio do sol que me dê vida.


DIAS, G. Antologia poética. Rio de Janeiro: Agir, 1979 (fragmento).


Na perspectiva do Romantismo, a representação feminina espelha concepções expressas no poema pela

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Q1677491 Literatura

Seixas era homem honesto; mas ao atrito da secretaria e ao calor das salas, sua honestidade havia tomado essa têmpera flexível da cera que se molda às fantasias da vaidade e aos reclamos da ambição.


Era incapaz de apropriar-se do alheio, ou de praticar um abuso de confiança; mas professava a moral fácil e cômoda, tão cultivada atualmente em nossa sociedade.


Segundo essa doutrina, tudo é permitido em matéria de amor; e o interesse próprio tem plena liberdade, desde que se transija com a lei e evite o escândalo.


ALENCAR, J. Senhora. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 out. 2015.


A literatura romântica reproduziu valores sociais em sintonia com seu contexto de mudanças. No fragmento de Senhora, as concepções românticas do narrador repercutem a

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Respostas
6: C
7: B
8: D
9: D
10: A