Questões Militares de Português - Adjetivos
Foram encontradas 228 questões
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CBM-SC
Prova:
Instituto Consulplan - 2023 - CBM-SC - Oficial |
Q2078815
Português
Texto associado
Sem medo de errar
A atmosfera política do mês passado não foi a de um spa
nas montanhas. Era abrir o celular e vinha artilharia pesada,
agressões que abalavam o sistema nervoso. Cada um defendeu
sua saúde mental como pôde. A leitura sempre me salva nessa
hora, mas, ao invés de buscar algum livro inquietante, como
gosto, me socorri com Buda, já que Deus estava sobrecarregado. Atravessei os diaslendo “Eu posso estar errado”, de Björn
Natthiko Lindeblad, um monge sueco que faleceu recentemente,
aos 60 anos.
Aos 26, ele era um economista bem-sucedido, com muitos
ternos no armário e voos em classe executiva. Até que se fez a
pergunta de um milhão: É isso que eu quero mesmo? A fim de
buscar um sentido espiritual para sua vida, largou tudo e aterrissou com sua mochila num mosteiro na Tailândia. Ao se apresentar a um abade, escutou: “Pode ir para o dormitório. Se ainda
estiver aqui daqui a três dias, raspe a cabeça”.
Foi uma experiência radical de desapego, isolamento e
dúvidas – benditas dúvidas, que geram reflexões como a que
dá título ao livro: “Eu posso estar errado”. Quantas vezes a
gente diz isso para si mesmo? Duas a cada 100 anos.
Ele aconselha usar a frase como mantra para momentos
de tensão, situações de enfrentamento, discussões virulentas.
Pense: “eu posso estar errado”. A paz, subitamente, cai do céu.
Fui criada para acertar, para nunca me desviar do que é correto.
O que é ótimo, mas lá pelas tantas o acerto ganhou um status
exagerado, a coisa foi ficando militarizada, reprimiu a espontaneidade. Ora, errar faz parte do crescimento. As pessoas se
enganam, brigam, falam sem pensar, magoam, pedem desculpas, e assim, aos tropeços, vai se construindo uma identidade
mais verdadeira, que se reconhece complexa, não perfeita.
Ninguém sabe tudo, ninguém acerta o tempo todo – os
fortes são os primeiros a reconhecer. Já os fracos se apegam
a discursos laudatórios autorreferentes e a uma rigidez cuja
única função é disfarçar sua vulnerabilidade. Se declaram
acima dos mortais e ficam lá no topo, sozinhos. Este é o
isolamento fatal.
Não sou rigorosa com os outros, mas comigo sempre
fui tirana, não me permitia falhar. Ainda me permito pouco:
sou exemplar cumpridora de tarefas, atenta, educada e tudo
o mais que se preza. Mas erro feio – comigo – ao não relaxar
diante de eventuais vacilos e por me exigir o que não exijo
de ninguém. Lidar com o erro de forma tranquila nos torna
pessoas menos obsessivas, portanto, menos chatas, o que é
uma contribuição para a paz mundial.
Então, vamos em frente buscando a eficiência possível,
mas aceitando que a perfeição é um delírio e que a nossa
verdade nem sempre bate com a verdade do outro. Fazer o
quê? Respirar fundo. Aqui mesmo, que a Tailândia é muito
longe.
(MEDEIROS, Martha. Sem medo de errar. Jornal O Globo, 2022.
Disponível em https://oglobo.globo.com/ela/martha-medeiros/
coluna/2022/11/sem-medo-de-errar.ghtml. Acesso em: 31/12/22.)
Em alguns contextos, os adjetivos podem ser substantivados,
ou seja, podem aparecer como termos independentes no
enunciado, representando o substantivo omitido que qualificariam. Com base nessas informações, assinale a passagem
cujo adjetivo destacado foi empregado com valor de substantivo
Q2060214
Português
No trecho: “A rede pública foi a que mais cresceu em número de matrículas”,
a palavra que funciona como adjetivo é:
Ano: 2022
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
PM-ES
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-ES - Soldado Combatente (QPMP-C) |
Q2046355
Português
Texto associado
COMO O DOUTOR GOOGLE ESTÁ CRIANDO UMA
LEGIÃO DE CIBERCONDRÍACOS
Thiago Tanji – 18 SET 2015
“Sintomas”, “dor de cabeça”, “sonolência”,
“estou com sorte”. Uma busca despretensiosa usando
essas palavras-chave leva a um endereço que indica
os sinais e sintomas de um tumor cerebral.
Definitivamente, não era um dia de sorte. Mas é
possível encontrar outros diagnósticos virtuais para
essa busca, como anemia, distúrbios do sono,
meningite e virose, é claro. Já escolheu a doença que
mais se encaixa no seu caso? Provavelmente, você
decidirá pela pior dessa lista. “Depois de checar os
sintomas no Google, a maior parte das pessoas tende
a associar sua situação a doenças sérias e raras”, diz
Dengfeng Yan, professor do departamento de
marketing da Universidade do Texas em San Antonio,
Estados Unidos. É verdade que o dr. Google é prático
e pode ajudar em alguns casos, mas seu curso de
medicina é baseado em algoritmos que podem te
transformar em um cibercondríaco (é sério, essa
palavra já é utilizada por cientistas).
Em 2012, quando era pesquisador na
Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong,
na China, Yan realizou um trabalho para estudar as
escolhas irracionais de consumidores com base na
ideia de que as pessoas tendem a superestimar seus
problemas de saúde. Em uma entrevista, ele
perguntava a um grupo sobre a possibilidade de
contrair doenças como gripe aviária, câncer de mama
e AIDS. “As pessoas costumam ignorar a chance real
de ocorrências de uma doença e acabam confiando
demais apenas nos sintomas que estão sentindo”,
afirma. O problema é que, ao buscar os sintomas pela
internet, nosso medo de contrair doenças graves é
potencializado, já que essas enfermidades rendem
um maior número de discussões e tendem a aparecer
com maior frequência no resultado das buscas. “As
informações mostradas no Google não são uma
representação da realidade, já que a maior parte das
pessoas não costuma discutir a ocorrência de
doenças normais”, diz Yan.
De acordo com um relatório do Google, uma
em cada 20 pesquisas do serviço de buscas está
relacionada a questões ligadas à saúde. Mas o
problema é que quantidade não representa qualidade.
“Há um conteúdo muito bom que é cuidadosamente
checado e publicado por especialistas. No entanto,
também há um conteúdo extremamente pobre, com
informações incorretas”, afirma Guido Zuccon,
pesquisador de sistemas de informação da
Universidade de Tecnologia de Queensland, na
Austrália. “Também observamos que há conteúdo de
alta qualidade, como pesquisas divulgadas pela
comunidade médica, mas que os usuários em geral
têm muita dificuldade de entender”. Em março deste
ano, a equipe do pesquisador conduziu um estudo
para avaliar a qualidade das informações médicas
disponíveis nas buscas do Google, a partir da
experiência de um grupo de entrevistados. No
relatório, Zuccon indica que as ferramentas virtuais
melhoraram sua engenharia de busca nos últimos
anos, mas a pesquisa por termos abrangentes –
como os sintomas descritos no início da matéria –
ainda não consegue retornar resultados satisfatórios
para os usuários.
Adaptado de:
https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/09/como-odoutor-google-esta-criando-uma-legiao-de-cibercondriacos.html.
Acesso em: 10 jun. 2022.
Assinale a alternativa em que o advérbio
destacado incide sobre um adjetivo.
Ano: 2022
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
PM-ES
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-ES - Soldado Músico (QPMP-M) |
Q2045786
Português
Texto associado
FRUTOS NEM TÃO PROIBIDOS
Livro recém-lançado explica por que nossa dieta inclui
apenas uma fração das plantas comestíveis
disponíveis na natureza
Será que todos os vegetais que não
comemos são menos gostosos que broto de feijão? A
pergunta é feita pelo professor de botânica John
Warren, da Universidade Aberystwyth, no País de
Gales, logo no início do livro The Nature of Crops:
How We Came to Eat the Plants We Do (“A natureza
da colheita: por que comemos as plantas que
comemos”, em tradução livre), ainda sem edição no
Brasil. Warren sempre ficou intrigado com a pouca
variedade de vegetais que encontrava nas prateleiras
do supermercado – das 300 mil espécies comestíveis
de que se tem notícia, comemos apenas 200 (200
mesmo, não 200 mil) – e resolveu investigar por que
foi que decidimos que salada boa é feita com alface e
tomate, e não com dente-de-leão ou beldroega.
Não existe uma única resposta certa. Para se
tornarem cultiváveis a fim de fazer parte da dieta dos
homens, as plantas devem ter uma série de
qualificações no currículo. Primeiro, precisam ser
nutritivas. Depois, devem ser fáceis de armazenar.
Ter grãos, sementes ou frutas que sobrevivem muito
tempo longe do pé sempre ajuda. Um último
diferencial é a personalidade (e o cheiro) forte:
plantas perfumadas, que combatem bactérias ou até
as que são psicotrópicas sempre chamam a atenção.
E, por incrível que pareça, as plantas tóxicas não
estão excluídas automaticamente: muitos vegetais
que consumimos hoje são descendentes de plantas
potencialmente letais.
Por tudo isso, argumenta Warren, hoje o que
realmente nos separa de uma dieta mais diversificada
é a nossa própria imaginação: “No futuro, iremos
apreciar toda uma miríade de novas frutas e vegetais
que são melhores para a saúde e menos prejudiciais
para a natureza”.
Adaptado de: KIST, Cristine. Frutos nem tão proibidos. Revista
Galileu, São Paulo, n. 290, p. 12-13, set. 2015.
Em relação ao subtítulo do texto, assinale a
alternativa correta.
Q2045385
Português
Texto associado
O Tempo e o Amor
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o
tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas,
que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as
linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão
robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza o
desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira, embota-lhe as setas, com que já
não fere, abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-lhe crescer as asas, com que voa
e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o gosto, e basta que sejam usadas para não serem
as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não
amar, e o ter amado muito, de amar menos.
(VIEIRA, Pe. António. Sermão do Mandato, parte III, In: Sermões. Porto: Lello & Irmão, 1959. p. 94.)
O vocábulo “menino” classifica-se morfologicamente como substantivo. Entretanto, em “Por isso os
antigos sabiamente pintaram o amor menino” (l. 5), a mesma palavra assume valor de adjetivo.
O trecho do Texto IV em que uma palavra também assume valor diferente do morfologicamente
previsto é