Questões Militares de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Foram encontradas 901 questões
Ano: 2023
Banca:
Marinha
Órgão:
Comando do 1º Distrito Naval
Prova:
Marinha - 2023 - Comando do 1º Distrito Naval - Oficial |
Q2132054
Português
Texto associado
Texto 01
Bibliotecas
Márcio Tavares D'Amaral
A biblioteca de Alexandria foi a maior da
Antiguidade. Fundada no século IlI a.C., teve a missão de
engaiolar ao menos um exemplar de todos os livros
escritos no mundo. Setecentos mil rolos e papiros foram
protegidos pelas suas paredes! Estava aberta a todas as
áreas da poderosa inquietação que nos move a ser e
saber mais do que temos sabido e sido. Uma fonte, uma
torrente, uma gula de inundar desertos. A biblioteca de
Alexandria existiu de verdade. E, tendo sido destruída, é
também, até hoje, para quem gosta de livros, um mito. A
mãe das bibliotecas. A casa dos sábios.
Alguns dos nossos fundadores trabalharam nela e
inventaram uma parte da nossa cultura, a que, dizem hoje
alguns, perdeu sua força e vai para as gôndolas de
perfumaria no megamercado do mundo. Custa crer. Se ela
não tivesse sido incendiada, bastaria ir lá, intoxicar-se com
o ar de séculos de poeira acumulada, respirar a História e
desmentir essa profecia. Mas ela de fato foi incendiada.
Setecentos mil livros! Se parássemos um pouco nossas
correrias, poderíamos olhar com veneração para essa
fogueira. Nela ardem também outras bibliotecas,
aposentam-se da vida outros livros. É triste. E tem um
sabor de símbolo nessa época voraz de informação. A
época do Kindle, biblioteca portátil.
Pensem que Ptolomeu, o grande astrônomo que
defendeu a ideia de que a Terra era o centro do universo,
trabalhou lá. Como, antes dele, Aristarco de Sarnas, que,
ao contrário, postulava o sol como centro, e a Terra como
humilde circuladora em torno da sua estrela. Não lhe
deram ouvidos. Mas seu livro ficou lá, mudamente dando
testemunho da verdade. Foi copiado. Escapou assim do
incêndio. E cimentou parte do mundo que é o nosso. E
Arquimedes? Também ele trabalhou ali. Pode ter
encontrado entre suas prateleiras e armários a ideia
extraordinária de com uma alavanca e um apoio mover o
mundo. A biblioteca de Alexandria era uma alavanca. E um
apoio. Moveu o mundo antigo, pai e mãe do nosso. E
Euclides, cujo nome por vinte e três séculos, até o nosso
XIX, foi sinônimo de matemática. Euclides também. Como
Galena, que frequentou aquelas salas e foi longamente o
mestre da medicina. A mim encanta Hipatia. Foi diretora
da Biblioteca, astrônoma e matemática. Mas, sobretudo,
até o século XX, a única filósofa registrada na nossa
corporação. A única mulher filósofa. É incrível. A filosofia é
mulher. A solitária Hipatia aponta um dedo acusador para
a nossa cultura de machos. Era pagã. Foi morta por
cristãos durante uma sublevação. Também isso fala mal
de nós. Devíamos pensar um pouco nessas coisas no
tempo em que as bibliotecas, dizem, vão em breve se tornar obsoletas. Cabem num Kindle.
O incêndio da biblioteca de Alexandria é de autoria
incerta. Já foi atribuído a Júlio César, e estaria envolvido
na história de amor do cônsul romano com a rainha
Cleópatra do Egito. Amor e poder, incêndio na certa. A
história mais cenográfica é a da queima ordenada pelo
governador do Egito logo depois da sua conquista pelo
califa Omar. Teria sido em 646. E não um incêndio
qualquer: os papiros e pergaminhos teriam sido levados
para as caldeiras que esquentavam os banhos públicos e
queimados lentamente, esquentando a água, dias a fio.
Não tanto o incêndio do prédio: a biblioteca ela mesma, os
livros, combustível para a água quente dos alexandrinos.
Que imagem! Que sofrimento. Mas o mais provável é que
o imperador romano a tenha incendiado de fato 50 anos
antes, em 595, como ato de guerra. Guerras, destinos
mortais de bibliotecas? Em todo caso, feridas no corpo da
nossa história. A Inquisição e o Terceiro Reich também
queimaram algumas. A leitura é a nossa arma de combate.
Bibliotecas não apenas guardam. Também geram.
Quando, no século IX, Carlos Magno quis restaurar o
Império do Ocidente destruído pelos germânicos, precisou
de livros. A Europa conservara sua memória nas grandes
bibliotecas dos mosteiros da Irlanda. Vieram, os monges e
os livros. E a Europa começou de novo. E as
universidades foram criadas - em torno de bibliotecas. A
Universidade de Paris depois se chamou Sorbonne porque
o colégio criado por Robert de Sorbon para moradia e
lugar de trabalho para estudantes pobres tinha muitos
livros. Os livros criaram a Sorbonne. Era assim, então.
Hoje bibliotecas não merecem mais a admiração
quase religiosa dos tempos passados. A nossa cultura
transforma-se rapidamente numa experiência de
estocagem e uso de informação. Arquivamento e
consumo. Temos o Kindle. O Kindle é, que não haja a
menor dúvida, uma das maravilhas da nossa civilização
tecnológica. Cabem nele a biblioteca de Alexandria e as
dos mosteiros irlandeses, talvez. É verdade. Mas não tem
maciez. Não cheira. Não se desfaz, como os livros velhos.
Não vive.
Quem tiver uns livros em casa, guarde-os. Se você
ainda ama os livros, de fato, conserve-se. São pedaços de
História. Podem desaparecer. Podem também salvar.
(Jornal O Globo, Sábado 5.9.2015. Texto adaptado)
Assinale a opção em que a progressão referencial está
corretamente indicada pelos termos destacados.
Ano: 2023
Banca:
Marinha
Órgão:
Comando do 1º Distrito Naval
Prova:
Marinha - 2023 - Comando do 1º Distrito Naval - Oficial |
Q2132049
Português
Texto associado
Texto 01
Bibliotecas
Márcio Tavares D'Amaral
A biblioteca de Alexandria foi a maior da
Antiguidade. Fundada no século IlI a.C., teve a missão de
engaiolar ao menos um exemplar de todos os livros
escritos no mundo. Setecentos mil rolos e papiros foram
protegidos pelas suas paredes! Estava aberta a todas as
áreas da poderosa inquietação que nos move a ser e
saber mais do que temos sabido e sido. Uma fonte, uma
torrente, uma gula de inundar desertos. A biblioteca de
Alexandria existiu de verdade. E, tendo sido destruída, é
também, até hoje, para quem gosta de livros, um mito. A
mãe das bibliotecas. A casa dos sábios.
Alguns dos nossos fundadores trabalharam nela e
inventaram uma parte da nossa cultura, a que, dizem hoje
alguns, perdeu sua força e vai para as gôndolas de
perfumaria no megamercado do mundo. Custa crer. Se ela
não tivesse sido incendiada, bastaria ir lá, intoxicar-se com
o ar de séculos de poeira acumulada, respirar a História e
desmentir essa profecia. Mas ela de fato foi incendiada.
Setecentos mil livros! Se parássemos um pouco nossas
correrias, poderíamos olhar com veneração para essa
fogueira. Nela ardem também outras bibliotecas,
aposentam-se da vida outros livros. É triste. E tem um
sabor de símbolo nessa época voraz de informação. A
época do Kindle, biblioteca portátil.
Pensem que Ptolomeu, o grande astrônomo que
defendeu a ideia de que a Terra era o centro do universo,
trabalhou lá. Como, antes dele, Aristarco de Sarnas, que,
ao contrário, postulava o sol como centro, e a Terra como
humilde circuladora em torno da sua estrela. Não lhe
deram ouvidos. Mas seu livro ficou lá, mudamente dando
testemunho da verdade. Foi copiado. Escapou assim do
incêndio. E cimentou parte do mundo que é o nosso. E
Arquimedes? Também ele trabalhou ali. Pode ter
encontrado entre suas prateleiras e armários a ideia
extraordinária de com uma alavanca e um apoio mover o
mundo. A biblioteca de Alexandria era uma alavanca. E um
apoio. Moveu o mundo antigo, pai e mãe do nosso. E
Euclides, cujo nome por vinte e três séculos, até o nosso
XIX, foi sinônimo de matemática. Euclides também. Como
Galena, que frequentou aquelas salas e foi longamente o
mestre da medicina. A mim encanta Hipatia. Foi diretora
da Biblioteca, astrônoma e matemática. Mas, sobretudo,
até o século XX, a única filósofa registrada na nossa
corporação. A única mulher filósofa. É incrível. A filosofia é
mulher. A solitária Hipatia aponta um dedo acusador para
a nossa cultura de machos. Era pagã. Foi morta por
cristãos durante uma sublevação. Também isso fala mal
de nós. Devíamos pensar um pouco nessas coisas no
tempo em que as bibliotecas, dizem, vão em breve se tornar obsoletas. Cabem num Kindle.
O incêndio da biblioteca de Alexandria é de autoria
incerta. Já foi atribuído a Júlio César, e estaria envolvido
na história de amor do cônsul romano com a rainha
Cleópatra do Egito. Amor e poder, incêndio na certa. A
história mais cenográfica é a da queima ordenada pelo
governador do Egito logo depois da sua conquista pelo
califa Omar. Teria sido em 646. E não um incêndio
qualquer: os papiros e pergaminhos teriam sido levados
para as caldeiras que esquentavam os banhos públicos e
queimados lentamente, esquentando a água, dias a fio.
Não tanto o incêndio do prédio: a biblioteca ela mesma, os
livros, combustível para a água quente dos alexandrinos.
Que imagem! Que sofrimento. Mas o mais provável é que
o imperador romano a tenha incendiado de fato 50 anos
antes, em 595, como ato de guerra. Guerras, destinos
mortais de bibliotecas? Em todo caso, feridas no corpo da
nossa história. A Inquisição e o Terceiro Reich também
queimaram algumas. A leitura é a nossa arma de combate.
Bibliotecas não apenas guardam. Também geram.
Quando, no século IX, Carlos Magno quis restaurar o
Império do Ocidente destruído pelos germânicos, precisou
de livros. A Europa conservara sua memória nas grandes
bibliotecas dos mosteiros da Irlanda. Vieram, os monges e
os livros. E a Europa começou de novo. E as
universidades foram criadas - em torno de bibliotecas. A
Universidade de Paris depois se chamou Sorbonne porque
o colégio criado por Robert de Sorbon para moradia e
lugar de trabalho para estudantes pobres tinha muitos
livros. Os livros criaram a Sorbonne. Era assim, então.
Hoje bibliotecas não merecem mais a admiração
quase religiosa dos tempos passados. A nossa cultura
transforma-se rapidamente numa experiência de
estocagem e uso de informação. Arquivamento e
consumo. Temos o Kindle. O Kindle é, que não haja a
menor dúvida, uma das maravilhas da nossa civilização
tecnológica. Cabem nele a biblioteca de Alexandria e as
dos mosteiros irlandeses, talvez. É verdade. Mas não tem
maciez. Não cheira. Não se desfaz, como os livros velhos.
Não vive.
Quem tiver uns livros em casa, guarde-os. Se você
ainda ama os livros, de fato, conserve-se. São pedaços de
História. Podem desaparecer. Podem também salvar.
(Jornal O Globo, Sábado 5.9.2015. Texto adaptado)
Analise as afirmativas abaixo.
I- Com o avanço da tecnologia, as bibliotecas tornaram-se desnecessárias e os livros físicos, obsoletos.
lI- A Biblioteca de Alexandria, devido à sua missão, foi o único meio, ao longo da história, que conseguiu reunir tão grande quantidade de livros (700 mil exemplares).
IlI- Mesmo com a criação do Kindle, as bibliotecas físicas fazem jus ao seu respeito de outrora, em virtude do seu poder gerador.
IV- Uma das diferenças entre as bibliotecas e os dispositivos virtuais é que os livros físicos, além de não serem mortos, podem ser salvadores. Assinale a opção correta.
I- Com o avanço da tecnologia, as bibliotecas tornaram-se desnecessárias e os livros físicos, obsoletos.
lI- A Biblioteca de Alexandria, devido à sua missão, foi o único meio, ao longo da história, que conseguiu reunir tão grande quantidade de livros (700 mil exemplares).
IlI- Mesmo com a criação do Kindle, as bibliotecas físicas fazem jus ao seu respeito de outrora, em virtude do seu poder gerador.
IV- Uma das diferenças entre as bibliotecas e os dispositivos virtuais é que os livros físicos, além de não serem mortos, podem ser salvadores. Assinale a opção correta.
Ano: 2023
Banca:
UPENET/IAUPE
Órgão:
CBM-PE
Prova:
UPENET/IAUPE - 2023 - CBM-PE - Oficial da Administração |
Q2121257
Português
Texto associado
O que somos para os outros diz sobre a nossa identidade. O sentido da vida está no outro. Podemos construir um mundo
melhor ou viver em nosso mundinho individualista cheio de espelhos que refletem somente a solidão de alguém sem
sentido para viver.
Dê sentido a sua vida.
https://www.correntebrasilia.com.br/2021/11/de-sentido-a-sua-vida2/?gclid=CjwKCAiAxP2eBhBiEiwA5puhNfGpWM0Nn6QHdK0e59e. Acesso em 07.02.2023
Após a leitura do texto, conclui-se que
Ano: 2023
Banca:
UPENET/IAUPE
Órgão:
CBM-PE
Prova:
UPENET/IAUPE - 2023 - CBM-PE - Oficial da Administração |
Q2121246
Português
Texto associado
Texto 01
A Vida me ensinou
A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim, para lhes mostrar que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir; aprender com meus erros. Afinal, eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor; a alegrar quem precisa; a pedir perdão; a sonhar acordado;
a acordar para a realidade (sempre que fosse necessário); a aproveitar cada instante de felicidade; a chorar de saudade
sem vergonha de demonstrar;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do
meu ser; a abrir minhas janelas para o amor; a não temer o futuro;
Me ensinou a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo
tenho que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.
https://www.andrecastropalestras.com.br/single-post/2018/06/20/-a-vida-me-ensinou-texto-por-charles-chaplin
Todas as alternativas abaixo apresentam dois textos: o primeiro extraído do texto 01 e o segundo, um texto novo.
Assinale a alternativa em que o segundo texto NÃO tem o mesmo sentido do primeiro.
Ano: 2023
Banca:
IDECAN
Órgão:
PM-CE
Prova:
IDECAN - 2023 - PM-CE - 2º Tenente QPOM da Polícia Militar |
Q2118047
Português
Texto associado
Aumento de infecções causa escassez global de antibióticos
(Donato Paolo Mancini, Hannah Kuchler. https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/12/aumento-de-infeccoes-causaescassez-global-de-antibioticos.shtml. 22.dez.2022)
Em relação ao texto e suas possíveis inferências, analise as
afirmativas a seguir:
I. A escassez de antibióticos em função do provocado nos últimos anos com o cenário mundial da covid-19 leva à necessidade de prescrição de antibióticos de amplo espectro, o que pode provocar, ao revés, no longo prazo, resistência microbiana às substâncias.
II. O aumento dos casos de infecção microbiana no mundo, após o período de isolamento social provocado pela covid-19, se deu em função do afrouxamento das medidas pandêmicas preventivas e restritivas.
III. Entre os vários impactos relacionados à escassez de antibióticos, e principalmente ao grau de sua ausência no mercado, ao lado de motivos ligados à guerra na Ucrânia, está a falta de notificação a órgãos de controle mundial da saúde, motivados pela noção de que a escassez clara e declarada pode elevar naturalmente os preços, pela lógica da economia global.
Assinale
I. A escassez de antibióticos em função do provocado nos últimos anos com o cenário mundial da covid-19 leva à necessidade de prescrição de antibióticos de amplo espectro, o que pode provocar, ao revés, no longo prazo, resistência microbiana às substâncias.
II. O aumento dos casos de infecção microbiana no mundo, após o período de isolamento social provocado pela covid-19, se deu em função do afrouxamento das medidas pandêmicas preventivas e restritivas.
III. Entre os vários impactos relacionados à escassez de antibióticos, e principalmente ao grau de sua ausência no mercado, ao lado de motivos ligados à guerra na Ucrânia, está a falta de notificação a órgãos de controle mundial da saúde, motivados pela noção de que a escassez clara e declarada pode elevar naturalmente os preços, pela lógica da economia global.
Assinale