Questões de Concurso Militar CBM-RO 2022 para Oficial Bombeiro Militar Complementar - Engenheiro Civil
Foram encontradas 7 questões
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
CBM-RO
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2022 - CBM-RO - Oficial Bombeiro Militar Complementar - Engenheiro Civil |
Q1969794
Português
Texto associado
Texto 2A01
Era um sábado de abril. B... chegara àquele porto e
descera a terra, deu alguns passeios. Ao dobrar uma esquina, viu
certo movimento no fim da outra rua, e picou o passo a descobrir
o que era.
Era um incêndio no segundo andar de uma casa. Polícia,
autoridades, bombas iam começar o seu ofício.
B... viu episódios interessantes, que esqueceu logo, tal foi
o grito de angústia e terror saído da boca de um homem que
estava ao pé dele. Não teve tempo nem língua em que
perguntasse ao desconhecido o que era. Ali, no meio do fumo
que rompia por uma das janelas, destacava-se do clarão, ao
fundo, a figura de uma mulher.
A mulher parecia hesitar entre a morte pelo fogo e a morte
pela queda. A alma generosa do oficial não se conteve, rompeu a
multidão e enfiou pelo corredor.
Não se lembrava como pôde fazer isso; lembrava-se que,
a despeito das dificuldades, chegou ao segundo andar. Tudo aí
era fumo. O fumo rasgou-se de modo que ele pôde ver o busto da
mulher...
– A mulher, — disse ele ao terminar a aventura, e
provavelmente sem as reticências que Abel metia neste ponto da
narração, — a mulher era um manequim, posto ali de costume ou
no começo do incêndio, como quer que fosse, era um manequim.
A morte agora, não tendo mulher que levasse, parecia
espreitá-lo a ele, salvador generoso. Desceu os degraus a quatro e
quatro. Transpondo a porta da sala para o corredor, quando a
multidão ansiosa estava a esperá-lo, na rua, uma tábua, um ferro,
o que quer que era caiu do alto e quebrou-lhe a perna...
Tratou-se a bordo e em viagem. Desembarcando aqui, no
Rio de Janeiro, foi para o hospital onde Abel o conheceu.
Contava partir em breves dias. Abel não se despediu dele. Mais
tarde soube que, depois de alguma demora em Inglaterra, foi
mandado a Calcutá, onde descansou da perna quebrada, e do
desejo de salvar ninguém.
Machado de Assis. Um incêndio.
In: Obra completa de Machado de Assis, Vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Internet: <https://www.machadodeassis.ufsc.br>(com adaptações).
No texto 2A01, da leitura do trecho “Não teve tempo nem língua
em que perguntasse ao desconhecido o que era.” (segundo
período do terceiro parágrafo), infere-se que a forma como o
termo “língua” está empregado está relacionada ao fato de o
personagem principal
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
CBM-RO
Provas:
CESPE / CEBRASPE - 2022 - CBM-RO - Oficial Bombeiro Militar Complementar - Engenheiro Civil
|
CESPE / CEBRASPE - 2022 - CBM-RO - Oficial Bombeiro Militar Combatente |
Q1969799
Português
Texto associado
Texto 2A01
Era um sábado de abril. B... chegara àquele porto e
descera a terra, deu alguns passeios. Ao dobrar uma esquina, viu
certo movimento no fim da outra rua, e picou o passo a descobrir
o que era.
Era um incêndio no segundo andar de uma casa. Polícia,
autoridades, bombas iam começar o seu ofício.
B... viu episódios interessantes, que esqueceu logo, tal foi
o grito de angústia e terror saído da boca de um homem que
estava ao pé dele. Não teve tempo nem língua em que
perguntasse ao desconhecido o que era. Ali, no meio do fumo
que rompia por uma das janelas, destacava-se do clarão, ao
fundo, a figura de uma mulher.
A mulher parecia hesitar entre a morte pelo fogo e a morte
pela queda. A alma generosa do oficial não se conteve, rompeu a
multidão e enfiou pelo corredor.
Não se lembrava como pôde fazer isso; lembrava-se que,
a despeito das dificuldades, chegou ao segundo andar. Tudo aí
era fumo. O fumo rasgou-se de modo que ele pôde ver o busto da
mulher...
– A mulher, — disse ele ao terminar a aventura, e
provavelmente sem as reticências que Abel metia neste ponto da
narração, — a mulher era um manequim, posto ali de costume ou
no começo do incêndio, como quer que fosse, era um manequim.
A morte agora, não tendo mulher que levasse, parecia
espreitá-lo a ele, salvador generoso. Desceu os degraus a quatro e
quatro. Transpondo a porta da sala para o corredor, quando a
multidão ansiosa estava a esperá-lo, na rua, uma tábua, um ferro,
o que quer que era caiu do alto e quebrou-lhe a perna...
Tratou-se a bordo e em viagem. Desembarcando aqui, no
Rio de Janeiro, foi para o hospital onde Abel o conheceu.
Contava partir em breves dias. Abel não se despediu dele. Mais
tarde soube que, depois de alguma demora em Inglaterra, foi
mandado a Calcutá, onde descansou da perna quebrada, e do
desejo de salvar ninguém.
Machado de Assis. Um incêndio.
In: Obra completa de Machado de Assis, Vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Internet: <https://www.machadodeassis.ufsc.br>(com adaptações).
O texto 2A01 classifica-se quanto à tipologia como
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
CBM-RO
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2022 - CBM-RO - Oficial Bombeiro Militar Complementar - Engenheiro Civil |
Q1969800
Português
Texto associado
Texto 2A02
Utilizando a identificação de datação de combustíveis
fósseis, pesquisadores descobriram os incêndios florestais mais
antigos já apontados. Ao analisarem depósitos de carvão de 430
milhões de anos do País de Gales e da Polônia, eles levantaram
informações valiosas sobre como era a vida na Terra durante o
período Siluriano – cerca de 440 milhões de anos atrás.
Naquele tempo, as plantas eram extremamente
dependentes da água para se reproduzir e provavelmente não
chegaram a existir em regiões com secas intensas. Os incêndios
florestais discutidos no estudo teriam queimado vegetação
rasteira, além de plantas comuns de pequeno porte – da altura do
joelho ou da cintura.
As queimadas precisam de três coisas para existir:
combustível (as plantas), uma fonte de ignição (no caso, os raios)
e oxigênio suficiente para propagar a chama.
O fato de esses incêndios terem se espalhado e deixado
depósitos de carvão sugere, segundo os pesquisadores, que os
níveis de oxigênio atmosférico da Terra eram de pelo menos
16%. Com base na análise das amostras de carvão, eles acreditam
que os níveis há 430 milhões de anos podem ter sido similares
aos atuais 21% – ou até superiores.
A pesquisa ajuda a entender um pouco mais sobre o ciclo
de oxigênio e a fotossíntese da vida vegetal nesse período. Ao
saber os detalhes desse ciclo ao longo do tempo, os cientistas
podem ter uma visão melhor de como a vida evoluiu até aqui.
Os incêndios florestais, assim como agora, teriam
contribuído também para os ciclos de carbono e fósforo e para o
movimento de sedimentos no solo terrestre. É uma combinação
complexa de processos, que exige um trabalho em áreas diversas
do conhecimento.
Esse achado recente com certeza auxilia nesses estudos.
Anteriormente, o recorde de incêndio florestal mais antigo
registrado era de 10 milhões de anos. A nova data confere uma
visão mais profunda do passado – e também destaca a
importância que a pesquisa de incêndios florestais tem no
mapeamento da história geológica.
“As queimadas têm sido um componente integral nos
processos do sistema terrestre por um longo tempo, mas seu
papel nesses processos certamente foi subestimado” conta Ian
Glasspool, primeiro autor do estudo.
Leo Caparroz. Revista Superinteressante. 20/6/2022.
Internet: <https://super.abril.com.br/...> (com adaptações).
De acordo com o texto 2A02, as queimadas do período Siluriano,
citado ao final do primeiro parágrafo,
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
CBM-RO
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2022 - CBM-RO - Oficial Bombeiro Militar Complementar - Engenheiro Civil |
Q1969801
Português
Texto associado
Texto 2A02
Utilizando a identificação de datação de combustíveis
fósseis, pesquisadores descobriram os incêndios florestais mais
antigos já apontados. Ao analisarem depósitos de carvão de 430
milhões de anos do País de Gales e da Polônia, eles levantaram
informações valiosas sobre como era a vida na Terra durante o
período Siluriano – cerca de 440 milhões de anos atrás.
Naquele tempo, as plantas eram extremamente
dependentes da água para se reproduzir e provavelmente não
chegaram a existir em regiões com secas intensas. Os incêndios
florestais discutidos no estudo teriam queimado vegetação
rasteira, além de plantas comuns de pequeno porte – da altura do
joelho ou da cintura.
As queimadas precisam de três coisas para existir:
combustível (as plantas), uma fonte de ignição (no caso, os raios)
e oxigênio suficiente para propagar a chama.
O fato de esses incêndios terem se espalhado e deixado
depósitos de carvão sugere, segundo os pesquisadores, que os
níveis de oxigênio atmosférico da Terra eram de pelo menos
16%. Com base na análise das amostras de carvão, eles acreditam
que os níveis há 430 milhões de anos podem ter sido similares
aos atuais 21% – ou até superiores.
A pesquisa ajuda a entender um pouco mais sobre o ciclo
de oxigênio e a fotossíntese da vida vegetal nesse período. Ao
saber os detalhes desse ciclo ao longo do tempo, os cientistas
podem ter uma visão melhor de como a vida evoluiu até aqui.
Os incêndios florestais, assim como agora, teriam
contribuído também para os ciclos de carbono e fósforo e para o
movimento de sedimentos no solo terrestre. É uma combinação
complexa de processos, que exige um trabalho em áreas diversas
do conhecimento.
Esse achado recente com certeza auxilia nesses estudos.
Anteriormente, o recorde de incêndio florestal mais antigo
registrado era de 10 milhões de anos. A nova data confere uma
visão mais profunda do passado – e também destaca a
importância que a pesquisa de incêndios florestais tem no
mapeamento da história geológica.
“As queimadas têm sido um componente integral nos
processos do sistema terrestre por um longo tempo, mas seu
papel nesses processos certamente foi subestimado” conta Ian
Glasspool, primeiro autor do estudo.
Leo Caparroz. Revista Superinteressante. 20/6/2022.
Internet: <https://super.abril.com.br/...> (com adaptações).
Conforme sua tipologia e seu gênero, o texto 2A02
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
CBM-RO
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2022 - CBM-RO - Oficial Bombeiro Militar Complementar - Engenheiro Civil |
Q1969802
Português
Texto associado
Texto 2A02
Utilizando a identificação de datação de combustíveis
fósseis, pesquisadores descobriram os incêndios florestais mais
antigos já apontados. Ao analisarem depósitos de carvão de 430
milhões de anos do País de Gales e da Polônia, eles levantaram
informações valiosas sobre como era a vida na Terra durante o
período Siluriano – cerca de 440 milhões de anos atrás.
Naquele tempo, as plantas eram extremamente
dependentes da água para se reproduzir e provavelmente não
chegaram a existir em regiões com secas intensas. Os incêndios
florestais discutidos no estudo teriam queimado vegetação
rasteira, além de plantas comuns de pequeno porte – da altura do
joelho ou da cintura.
As queimadas precisam de três coisas para existir:
combustível (as plantas), uma fonte de ignição (no caso, os raios)
e oxigênio suficiente para propagar a chama.
O fato de esses incêndios terem se espalhado e deixado
depósitos de carvão sugere, segundo os pesquisadores, que os
níveis de oxigênio atmosférico da Terra eram de pelo menos
16%. Com base na análise das amostras de carvão, eles acreditam
que os níveis há 430 milhões de anos podem ter sido similares
aos atuais 21% – ou até superiores.
A pesquisa ajuda a entender um pouco mais sobre o ciclo
de oxigênio e a fotossíntese da vida vegetal nesse período. Ao
saber os detalhes desse ciclo ao longo do tempo, os cientistas
podem ter uma visão melhor de como a vida evoluiu até aqui.
Os incêndios florestais, assim como agora, teriam
contribuído também para os ciclos de carbono e fósforo e para o
movimento de sedimentos no solo terrestre. É uma combinação
complexa de processos, que exige um trabalho em áreas diversas
do conhecimento.
Esse achado recente com certeza auxilia nesses estudos.
Anteriormente, o recorde de incêndio florestal mais antigo
registrado era de 10 milhões de anos. A nova data confere uma
visão mais profunda do passado – e também destaca a
importância que a pesquisa de incêndios florestais tem no
mapeamento da história geológica.
“As queimadas têm sido um componente integral nos
processos do sistema terrestre por um longo tempo, mas seu
papel nesses processos certamente foi subestimado” conta Ian
Glasspool, primeiro autor do estudo.
Leo Caparroz. Revista Superinteressante. 20/6/2022.
Internet: <https://super.abril.com.br/...> (com adaptações).
Assinale a opção que representa a ideia retomada pela expressão
“Esse achado”, no penúltimo parágrafo do texto 2A02.