A “memória” não pode ocupar o lugar que foi ou ainda é da ...
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Ano: 2024
Banca:
FGV
Órgão:
Prefeitura de Vitória - ES
Prova:
FGV - 2024 - Prefeitura de Vitória - ES - PEB III - História |
Q2465594
História
A “memória” não pode ocupar o lugar que foi ou ainda é da
história. Ela deve ocupar um lugar com certeza, mas não o mesmo.
Todo um conjunto de operações passa a ser da sua competência ou
de seu magistério: as relações com o passado em geral e, mais
especificamente, o vasto domínio dos crimes perpetrados, recentes
ou menos recentes, o lugar concedido aos testemunhos, a escuta
das vítimas, as reparações, quando possível, as injustiças sofridas, a
votação das “leis memoriais”, a implementação de “políticas de
memória”" , a gestão do dever de memória, pedidos de
transformação ou mesmo de remoção de monumentos históricos.
Estátuas para as quais já não olhávamos de repente se tornam
visíveis novamente e, ao mesmo tempo, ofensivas, conflituosas.
Elas ferem a memória, pois impõem uma história no que nos
Estados Unidos, por exemplo, os afro-americanos nunca poderão
compartilhar. Elevado, portanto, é o papel da memória. Resta, no
entanto, uma diferença entre ela e a história; suas respectivas
relações com o futuro. A história, a do conceito moderno de
história, via o passado à luz do futuro. A memória vê o passado à
luz do presente. Eis aí uma grande diferença de ponto de vista, que
é melhor ser mensurada do que levada a julgamento. Ela é, de fato,
a marca de uma mudança de época.
(HARTOG, François. Os impasses do presentismo. In: In: IEGELSKI, Francine; MÜLLER,
Angélica (orgs). História do Tempo presente: mutações e reflexões. Rio de Janeiro:
FGV, 2022. p. 141)
A partir da análise desse trecho de um artigo do historiador, é correto inferir que o autor considera que
A partir da análise desse trecho de um artigo do historiador, é correto inferir que o autor considera que