Muitas das situações de violência ocorrem entre pessoas e g...

Gabarito: C

A questão foi retirada de um material sobre SCFV, incluindo até o rodapé da pág. 47:

"Do ponto de vista relacional, essa é uma questão complexa, pois muitas das situações de violência ocorrem entre pessoas e grupos que têm fortes laços relacionais, muitas vezes relações de responsabilidade formal, como no caso de adultos (pais, tios, padrasto, madrasta, professores, guias religiosos) com crianças e adolescentes de seu convívio (filhos, enteados, sobrinhos, afilhados, alunos).

Também no caso de casais, em que a mulher é maltratada pelo marido/ companheiro e tem uma situação de dependência econômica. A essas se somam outras situações... Essas situações demandam muita sensibilidade, delicadeza e precisão na intervenção profissional, pois é necessário produzir o engajamento dos envolvidos na mudança/transformação da situação e considerar, nessa intervenção, o que já está demonstrado em vários estudos: que há probabilidade de repetição dessa situação em outras relações, tanto por quem violentou como por quem foi violentado...

Intervir nestas situações requer do profissional competências técnicas, ética e política, ou seja, expertises para uma atuação com êxito, na perspectiva de (re)construção de projetos de vida".

Texto - págs. 46 e 47:

ttps://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/concepcao_fortalecimento_vinculos.pdf

Alternativa correta: C - reconstrução de projetos de vida.

Ao abordar o tema da violência, especialmente aquela ocorrida no contexto familiar e envolvendo indivíduos vulneráveis como crianças, adolescentes, idosos ou pessoas com deficiência, a questão exige do candidato a compreensão da atuação do profissional de Serviço Social diante dessas situações complexas. A questão destaca a importância de se ter competências técnicas, éticas e políticas para intervir de maneira efetiva. Estas competências incluem a habilidade de trabalhar com sensibilidade e precisão para não apenas intervir, mas também para engajar os participantes em um processo que impedirá a repetição da violência.

O assistente social deve promover a reconstrução de projetos de vida das vítimas de violência, o que vai além da simples remoção dos danos ou a reparação imediata dos efeitos negativos. Reconstruir projetos de vida implica em empoderar os envolvidos, dar-lhes a perspectiva de um futuro melhor e mais seguro, e envolve também a reestruturação do ambiente familiar e social como um todo. Esta atuação deve considerar as particularidades de cada caso, buscando resgatar a autonomia e a capacidade de sonhar e planejar um futuro sem violência.

O engajamento dos envolvidos é crucial porque parte da base de que a mudança sustentável vem de dentro para fora, ou seja, as pessoas afetadas devem participar ativamente na criação de soluções para os problemas que enfrentam. Este é um enfoque transformador e que valoriza a capacidade de recuperação e readaptação das pessoas e das comunidades.

As outras alternativas não são corretas porque elas ou não abrangem a totalidade da intervenção necessária (como a A - remoção dos danos primários, que é apenas uma parte do processo), ou porque não representam diretamente os objetivos da intervenção do assistente social em casos de violência (como a B - ampliação da resiliência coletiva, que pode ser uma consequência desejável, mas não é o foco direto da questão; D - valorização do potencial latente, que é vago e não expressa a complexidade da intervenção; e E - dedução dos efeitos complexos, que também não caracteriza a atuação prática e direta esperada).

Portanto, a reconstrução de projetos de vida é a abordagem mais completa e adequada para responder a demanda apresentada pela questão, alinhando-se com os princípios éticos e práticos que orientam a profissão do Serviço Social.