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Com base no mesmo assunto
Ano: 2014 Banca: CETRO Órgão: AEB
Q1185607 Português
Leia o texto I abaixo para responder às questões de 1 a 7 e à questão 14.
Muitos pensam que a pesquisa científica é uma atividade puramente racional, na qual o objetivismo lógico é o único mecanismo capaz de gerar conhecimento. Como resultado, os cientistas são vistos como insensíveis e limitados, um grupo de pessoas que corrompe a beleza da Natureza ao analisá-la matematicamente. Essa generalização, como a maioria das generalizações, me parece profundamente injusta, já que ela não incorpora a motivação mais importante do cientista, o seu fascínio pela Natureza e seus mistérios. 
Que outro motivo justificaria a dedicação de toda uma vida ao estudo dos fenômenos naturais, senão uma profunda veneração pela sua beleza? A ciência vai muito além da sua mera prática. Por trás das fórmulas complicadas, das tabelas de dados experimentais e da linguagem técnica, encontra-se uma pessoa tentando transcender as barreiras imediatas da vida diária, guiada por um insaciável desejo de adquirir um nível mais profundo de conhecimento e de realização própria. Sob esse prisma, o processo criativo científico não é assim tão diferente do processo criativo nas artes, isto é, um veículo de autodescoberta que se manifesta ao tentarmos capturar a nossa essência e lugar no Universo. 
À primeira vista, pode parecer estranho que um livro escrito por um cientista sobre a evolução do pensamento cosmológico comece com um capítulo sobre mitos de criação de culturas pré-científicas. Existem duas justificativas para minha escolha. 
Primeira, esses mitos encerram todas as respostas lógicas que podem ser dadas à questão da origem do Universo, incluindo as que encontramos em teorias cosmológicas modernas. Com isso não estou absolutamente dizendo que a ciência moderna está meramente redescobrindo a antiga sabedoria, mas que, quando nos deparamos com a questão da origem de todas as coisas, podemos discernir uma clara universalidade do pensamento humano. 
A segunda razão para começar este livro com mitos de criação é mais sutil. Esses mitos são essencialmente religiosos, uma expressão do fascínio com que as mais variadas culturas encaram o mistério da Criação. Como discutirei em detalhe, é precisamente esse mesmo fascínio que funciona como uma das motivações principais do processo criativo científico. 
GLEISER, M. “Prefácio”. Texto com adaptações. In: A dança do universo. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
De acordo com as ideias do texto, analise as assertivas abaixo.
I. O estranhamento sugerido pelo autor no trecho deriva da aparente incompatibilidade entre a temática a ser desenvolvida pelo autor e o modo como ele escolheu começar a discorrer sobre ela.
II. O respeito ao passado figura como um dos elementos utilizados pelo autor como um dos motivos para que o leitor não estranhe tanto a aproximação que ele sugere entre a temática do livro e o modo como ele escolheu começar a discorrer sobre ela.
III. O estereótipo de ciência criticado pelo autor desconsidera algumas facetas importantes do fazer científico, como sua busca em ir além do ordinário.
É correto o que se afirma em
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